Reforma tributária: Impactos e desafios para as empresas
Por Irene Alves dos Santos
Em dezembro do ano passado, a reforma tributária deu mais um importante passo: a aprovação de seu primeiro projeto de regulamentação (PLP 68/24), que agora está com o presidente da república para sanção. A ideia é que o segundo projeto de regulamentação (PLP 108/24) seja aprovado pelo Senado ainda em 2025.
A aprovação da reforma tributária marca uma nova era no cenário fiscal brasileiro, trazendo mudanças substanciais que afetarão a forma como as empresas conduzem seus negócios. Embora a promessa de simplificação e modernização do sistema tributário seja o grande destaque, os desafios associados à transição para o novo regime demandam planejamento estratégico e organização.
Transição: Complexidade e adaptação
Primeiramente, é importante lembrar que a migração para o novo sistema tributário não será imediata.
O benefício da transição gradual para o novo modelo é evidente: permitir que as empresas entendam os efeitos da reforma em seus negócios e, consequentemente, se adaptem às novas regras da forma mais conveniente para os seus negócios.
Contudo, não se pode esquecer que, durante o período de transição, coexistirão regimes tributários distintos, exigindo que as empresas desenvolvam sistemas capazes de operar em ambos os formatos. Essa complexidade poderá impactar a contabilidade, o fluxo de caixa e o planejamento financeiro.
Para lidar com isso, será essencial que as empresas adequem suas rotinas e estejam tecnologicamente atualizadas para se manterem organizadas e precavidas.
Além disso, as mudanças implicam uma revisão das práticas atuais para assegurar conformidade com as novas regras. O desconhecimento ou a falta de preparo podem resultar em sanções ou perdas financeiras, reforçando a necessidade de um acompanhamento especializado durante o período.
A importância do planejamento estratégico
Empresas que desejam se adaptar à reforma tributária com segurança e relativa tranquilidade devem priorizar um planejamento estratégico robusto. Isso inclui, por exemplo, a análise detalhada dos impactos sobre a carga tributária, a reavaliação de contratos e operações e o redesenho de processos internos.
Mais do que cumprir exigências legais, essa reestruturação representa uma oportunidade para otimizar custos, melhorar a eficiência operacional e aumentar a competitividade no mercado. Nesse contexto, um planejamento bem executado pode ser o diferencial entre enfrentar dificuldades e prosperar nos negócios em um novo ambiente tributário.
Nesse sentido, embora os desafios sejam inegáveis, a reforma também abre portas para oportunidades estratégicas. Empresas que adotarem uma postura proativa e começarem a se organizar desde já poderão não apenas garantir conformidade, mas também identificar vantagens competitivas.
Por exemplo, a unificação de tributos e a criação de um sistema mais transparente podem facilitar a expansão de negócios e atrair investimentos estrangeiros.
Ademais, a antecipação na adoção das mudanças pode colocar a empresa à frente de seus concorrentes, consolidando sua posição de destaque no mercado.
Conclusão
A reforma tributária traz desafios significativos, mas também representa uma chance de transformação para as empresas que estiverem preparadas. Antecipar-se às mudanças, investir em planejamento e contar com orientação especializada são estratégias indispensáveis para enfrentar este novo cenário com segurança e aproveitar suas oportunidades ao máximo.
Irene Alves dos Santos
Formou-se na PUC – SP, é especialista em Direito Processual Tributário, bacharel em Ciências Contábeis e tem quase 20 anos de experiência na área tributária