Planejar a sucessão na empresa evita conflitos e perda patrimonial
No Brasil, 90% das empresas têm perfil familiar, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outros números, estes do Sebrae, indicam que empresas familiares representam cerca de 65% do PIB e empregam 75% da força de trabalho do país.
Embora sejam protagonistas na economia, a longevidade desses negócios ainda é um desafio. Um levantamento da consultoria PwC indica que 75% das empresas familiares fecham após serem assumidas pelos herdeiros. Além disso, 44% delas não têm um plano de sucessão definido para cargos-chave, como os ligados à diretoria, presidência, gerência e gestão.
Para Ivone Zeger, advogada especializada em Direito de Família, o que separa empresas longevas das que fecham as portas precocemente são as práticas e estruturas de governança e gestão profissionalizadas. Além disso, a advogada alerta que, apesar do senso comum, problemas como a falta de preparo, brigas familiares e estilos diferentes de gerenciamento atingem companhias de todos os tamanhos e segmentos.
“Quando o assunto é sucessão, não tem grande ou pequeno. Seja um mercadinho ou uma grande companhia com centenas de lojas, todos precisam passar pelo mesmo processo e pelos mesmos passos de governança”, diz Ivone.
Segundo ela, o Brasil não tem cultura de direito de sucessão testamentária, o que faz muitas decisões se tornarem complexas. Assim, segundo a advogada, incorporar boas práticas de governança ainda requer certa dose de desapego, especialmente para os fundadores da empresa, pois a governança transfere o poder das pessoas para a instituição.
A recomendação de Ivone aos donos e seus herdeiros é que tenham um profundo entendimento sobre a relação que desejam manter com seus negócios. Nessa busca, é possível escolher que caminhos trilhar e, claro, já antecipar as consequências dessa escolha.
Confira a seguir o bate-papo com a advogada sobre sucessão familiar nas empresas:
Meus cumprimentos a Dra. Ivone pelos excelentes e didáticos esclarecimentos prestados à comunidade! Parabéns Dra. Ivone, bem como por refinados ensinamentos jurídicos pouco conhecidos e aplicados!