País ainda limita potencial das pequenas empresas
Ministro do Empreendedorismo, Márcio França, fala ao Canal UM BRASIL sobre combate ao endividamento nos pequenos negócios do comércio, limite do faturamento do Simples e mais!
Segundo o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB/SP), a defesa do pequeno empreendedor precisa de um “pulsar”, e isso deve ganhar força agora que o ministério foi oficializado em lei. “Mais do que nunca, o comerciante precisa ter facilidades. Essas empresas são responsáveis por 93% de tudo o que vemos de comércio na rua e de CNPJ no País, mas têm recebido atenção pequena ao longo dos anos. Na hora do financiamento, a taxa de juros é enorme, o que faz com que se endividem. Metade dos Microempreendedores Individuais (MEIs) nem sequer consegue pagar a obrigação mensal. Está na hora de um ajuste, de se partir de um viés voltado ao pequeno empreendedor”, afirma. “O empreendedor brasileiro, o pequeno, agora tem uma porta para bater.”
Na entrevista, França fala sobre a criação de um programa, ainda no começo deste ano, que ataca justamente a inadimplência, uma das principais queixas dos pequenos empreendedores. “Os empresários querem um ‘Desenrola PJ’, semelhante ao que fizemos para as pessoas físicas. O ministro da Fazenda [Fernando Haddad] está muito simpático a iniciar o ano com isso. O que queremos é que essas empresas [devedoras] estejam regularizadas para que possam entrar nas compras públicas com favorecimento”, destaca. E ainda reforça:“Temos uma inadimplência gigante. Mais de 80% das pequenas empresas estão com dívidas. Isso não é natural; são esses negócios que servem de porta de entrada para o primeiro emprego”.
Em entrevista ao Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, o ministro enfatiza que a solução da inadimplência também passa pela acessibilidade “mais justa” ao crédito.
“A confiança é de que os juros se estabilizarão a um patamar mais baixo. Se o governo confia nisso, essa confiança também deve ser repassada ao pequeno empresário para que o crédito chegue a quem não tem”, pondera França. “Geralmente, são os micro e pequenos empresários que mais pagam regularmente, pois aquela é a única fonte [de crédito], e eles não podem perdê-la.”
Fonte: Fecomercio SP