Histórico do cliente possibilitará taxas menores em financiamento imobiliário na Caixa
Banco público, a Caixa Econômica estuda a possibilidade de oferecer financiamento imobiliário cujas taxas seriam balizadas pelo histórico do cliente. Assim, ofereceria crédito a um custo mais baixo a pessoas consideradas de menor risco. Seriam beneficiados consumidores que derem entrada maior ou tomarem empréstimo de curto prazo.
Vice-presidente de Habitação do banco, Nelson Antônio de Souza disse que a instituição pretende ter essa operação à disposição dos clientes ainda no primeiro semestre do ano. “Vai ser uma espécie de cadastro positivo: quem oferecer níveis de risco menores poderá ter juros mais baixos”, disse à agência ‘Reuters’ na quarta, dia 1.
Atualmente, o banco oferece taxas de juros padronizadas para não correntistas.
Detentora de 67% do mercado de financiamento habitacional, a Caixa busca formas de incentivar o setor, fortemente afetado pela recessão no país. O banco foi o primeiro a anunciar cortes nas taxas de juros para o setor em novembro, após o Banco Central ter iniciado em outubro um ciclo de cortes da Selic.
Segundo Souza, a Caixa não pretende promover novos cortes de juros no financiamento imobiliário nos próximos meses apesar da esperada queda da taxa Selic. “Esse assunto não está em discussão agora”, disse.
Segundo o executivo, o banco desembolsou R$ 11,5 bilhões para financiamento imobiliário em dezembro, quase o dobro da média mensal registrada na primeira metade do ano.
Com isso, a Caixa fechou 2016 com cerca de R$ 90 bilhões liberados para o setor, pouco abaixo da meta de R$ 93 bilhões. “Para este ano, esperamos fazer pelo menos o que fizemos no ano passado”, disse.
Na semana passada, a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) informou que os empréstimos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no ano passado para compra e construção de imóveis caiu 38,% ante 2015, para o menor nível desde 2009, refletindo a demanda debilitada por juros altos e o desemprego.
Sem citar valores, o executivo afirmou que cerca de 33 mil pedidos de financiamento habitacional chegaram ao banco em janeiro e estão em processo de aprovação.
Para Souza, um dos fatores que tende a fortalecer o financiamento para compra da casa própria em 2017 é a entrada em vigor das Letras Imobiliárias Garantidas (LIG), um instrumento de captação de recursos para o setor.
Na segunda-feira, o Banco Central abriu consulta pública sobre a LIG até 30 de abril e estimou que o instrumento estará no mercado até o fim do primeiro semestre.