Fiesc entrega carta com propostas do setor aos candidatos ao governo

Décio Lima (E), ao lado do presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar (centro), Gelson Merisio e Mauro Mariani (D) assinaram compromissos com o setor ontem – Foto: Marco Favero
Os candidatos ao governo de Santa Catarina Décio Lima (PT), Gelson Merisio (PSD) e Mauro Mariani (MDB) assinaram na noite desta segunda-feira (20) a “Carta da Indústria”, elaborada pela federação do setor no Estado (Fiesc). Com o ato simbólico na sede da entidade, os concorrentes assumiram o compromisso com as metas e propostas do documento, que consolida as principais demandas da área para os próximos quatro anos. A indústria representa 28,7% da movimentação econômica catarinense e tem 51 mil estabelecimentos, que empregam 34% da força de trabalho estadual.
A carta é resultado de uma ampla consulta ao setor, por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC), da Agenda de Desenvolvimento Regional, e pesquisa específica para elaboração do documento, com a participação de industriais e trabalhadores.
Além dos temas macroeconômicos defendidos continuamente na pauta do país pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os itens que norteiam o planejamento da área no Estado são: educação, capital humano, inovação e empreendedorismo, infraestrutura, saúde e segurança, internacionalização das empresas, investimentos e políticas públicas e desenvolvimento do mercado.
Redução do ICMS entre as pautas
Entre os principais pontos da publicação estão as sugestões de não elevar o nível atual do ICMS e de reduzir a alíquota industrial do imposto; aumentar em 3% ao ano a taxa de crescimento das exportações catarinenses para Mercosul, União Europeia e Ásia e obras, melhorias, projetos e investimentos em portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e na cabotagem (navegação costeira entre portos do mesmo país).
– A indústria tem papel preponderante em toda a cadeia produtiva de Santa Catarina, portanto entendemos que a carta é feita por todos os catarinenses para o desenvolvimento do Estado.
A Fiesc, empenhada em ouvir as demandas da indústria e da sociedade, chegou a essas propostas, que, se aplicadas com sucesso, tornam possível vislumbrar um quadriênio de crescimento sustentável e com harmonia – diz o presidente da federação, Mario Cezar de Aguiar.
Antes da assinatura do documento, cada candidato teve 15 minutos para falar, focando no conteúdo da carta e nas necessidades da indústria e do crescimento econômico catarinense. Também responderam a três perguntas feitas pela entidade sobre temas que constam da publicação, além de cinco minutos destinados à mensagem final, encerrando o evento.
O critério de escolha da Fiesc para participação dos candidatos no evento foi o das coligações que tivessem representante na Assembleia Legislativa de SC, o que deixou de fora as outras seis chapas majoritárias.
Candidatos respondem sobre isenção fiscal
Décio Lima, candidato do PT
Não sou contra a renúncia (fiscal), já afirmei isso. Eu quero aqui colocar que a renúncia tem que estar acompanhada dos interesses dos setores produtivos. Tenho certeza que temos que estabelecer um critério. Os empresários sabem que há um item da isenção de R$ 104 milhões para TV a cabo? Não podemos falar em renúncia fiscal sem dialogar com os empresários. Não sou contra as isenções, mas elas têm que induzir o desenvolvimento econômico. Sou favorável, mas que ela seja discutida e construída aqui com os empresários.
Gelson Merisio, candidato do PSD
Entendo que diminuir incentivos fiscais é um aumento de carga tributária. Quem paga imposto é o consumidor; indústria e comércio são repassadores. Sou absolutamente contrário à redução do volume de isenções. Sou absolutamente favorável aos critérios de avaliação, mas defendo a política fiscal de benefícios com segurança jurídica. Trazer ferramentas mais transparentes para ver os resultados é necessário. Pretendo manter o volume de isenções, podendo alterar a sua aplicação e seu destino eventualmente, com muita transparência, visando a competitividade e a geração de empregos.
Mauro Mariani, candidato do MDB
Recordo as dificuldades que Santa Catarina sempre teve pela questão do desequilíbrio da balança comercial e aí muitos produtos que não tinham entrado por aqui passaram a entrar em portos do Estado com uma política fiscal diferenciada que o Luiz Henrique (ex-governador) implantou. Por outro lado, a renúncia para indústrias e empresas que venham se instalar aqui é um incentivo. Devemos ter uma política justa, séria e transparente, e entendo que ela pode ser incentivadora do desenvolvimento do Estado.
Fonte: Diário Catarinense