Bancões estão em conversas para simplificar acesso a novos títulos do Tesouro Direto
A Secretaria do Tesouro Nacional afirmou que todos os bancos e corretoras foram convidados para participar do desenvolvimento do RendA+ e Educa+
Os bancões ficaram de fora do plano de desenvolvimento dos novos títulos públicos, o RendA+ e Educa+, num primeiro momento, apesar do convite feito pelo Tesouro. De acordo com a Secretaria Nacional, “todas as instituições financeiras, bancos e corretoras” foram chamados para participarem da distribuição desses novos dois tipos de títulos, mas “no primeiro momento, apenas o Banco Inter e a Corretora Órama apresentaram interesse“.
A parceria do Tesouro Direto com bancos e corretoras pode simplificar o processo de investimento nos títulos públicos, em especial nos novos papéis lançados neste ano e com público alvo bem definido. A ideia é integrar os sistemas do Tesouro Direto, do Governo Federal e das instituições financeiras em um processo unificado, desde o cadastro das informações pessoais, até a criação da conta onde o investidor pretende fazer o investimento.
Ou seja, o cliente usaria as informações que já estão disponíveis no banco de dados do governo, utilizado atualmente para serviços como o ConecteSUS, a Carteira de Trabalho Digital e na Declaração de Imposto de Renda, para abrir conta na instituição financeira de sua preferência.
Por isso é importante que as instituições financeiras participem do processo, para que o investidor possa escolher livremente qual deseja usar na transação com o Tesouro Direto de forma simplificada.
Em nota, o Tesouro afirmou que as instituições financeiras foram abordadas quando a secretaria anunciou ao mercado, por meio da B3, a intenção de desenvolver um cadastro rápido do Tesouro Direto, o Cad&Pag — que facilita ainda mais o acesso do investidor aos novos produtos, inclusive por meio do Pix. Ainda segundo a secretaria, algumas instituições financeiras seguem em conversas para adesão, mas o órgão não informou quais.
Ao Valor Investe, o Bradesco informou que a Ágora, casa de investimentos do grupo, é uma das corretoras que está em conversas com a B3 para adesão à funcionalidade do Cad&Pag. “Já disponibilizamos o Tesouro Direto aos clientes correntistas Bradesco e aos não correntistas, por meio das plataformas da Ágora. Vamos aderir a essa nova proposta que vai facilitar ainda mais o acesso aos investidores”, escreveu o banco.
O Itaú afirmou que, em relação ao Cad&Pag, o banco está em uma fase de entendimento sobre a iniciativa, com reuniões previstas com a B3 “para avaliar os caminhos nos quais eventualmente poderá contribuir em prol do desenvolvimento da plataforma”.
O banco destacou, ainda, que “já possui iniciativas de engajamento para desenvolver o Tesouro Direto e estimular os clientes a investir de forma simplificada nesses ativos” através dos seus canais digitais. Além disso, tanto o RendA+ quanto o Educa+ já estão disponíveis para clientes, oferecidos diretamente pelo banco.
Já o Banco do Brasil garantiu que, em relação a adesão ao Cad&Pag, as conversas e tratativas com o Tesouro e a B3 estão em andamento e novidades serão divulgadas em ocasião futura. “A Educação Financeira é um instrumento para o desenvolvimento do país e o BB entende que o Tesouro Direto é importante na formação de uma carteira de investimentos diversificada”, escreveu o banco em nota.
O banco Santander não quis comentar a ausência no Cad&Pag do Tesouro Direto até o fechamento desta matéria.
Por outro lado, o Banco Inter, o único que participou do desenvolvimento do RendA+ e Educa+ até aqui, contou que a B3 foi a mediadora de todo o processo. “Estivemos com a B3 em outros projetos anteriores e, quando o Tesouro lançou os produtos, a bolsa nos chamou para participar ativamente”, contou o gerente executivo de Operações do Inter, Renan de Castro.
O Tesouro RendA+, lançado em janeiro deste ano, tem o objetivo de complementar a aposentadoria dos investidores. Já o Educa+, cuja operação foi iniciada há apenas um mês, foi criado com o objetivo de planejar o futuro educacional de crianças e adolescentes. Ambos têm investimento mínimo de R$ 30 e fazem parte de um pacote proposto pelo Tesouro Nacional para popularizar os títulos públicos federais.