A crise da ética na sociedade e o profissional contábil
O filósofo prussiano Immanuel Kant defendia que “não existe bondade natural. Somos egoístas, ambiciosos, destrutivos, cruéis, ávidos de prazeres que nunca nos saciam e pelos quais matamos, mentimos, roubamos, sendo necessário do dever, da obrigação, para nos tornarmos seres morais.”
O que, à primeira leitura, parece exagero, mostra-se cada vez mais em inúmeros exemplos e diferentes áreas de uma sociedade corrompida e corruptora. Será a ética, e somente ela, a ferramenta capaz de mudar este cenário sombrio.
Para Vasques (1999), ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. As normas devem ser criadas pela maioria da categoria e a finalidade é reger a conduta para atingir a perfeição do ser humano.
A sociedade atual passa por profunda crise moral e o profissional contábil deve aproveitar o momento para conquistar a admiração social pela conduta exemplar, por meio do zelo, sigilo, competência, prudência, humildade e imparcialidade.
A Resolução 803/1996 e o livro “Abordagens Éticas para o Profissional da Contabilidade”, de 2003, publicados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), descrevem, com maestria, os princípios básicos e as práticas que devem conduzir a atuação do bom profissional contábil.
Observa-se, com certa frequência, o desrespeito ao código de ética profissional, rasgado sem pudores quando se trata de necessidade ou ganância financeira, realidade que parece justificar a execução incompleta ou a desonestidade nas informações apresentadas a terceiros. Esta prática prejudica os colegas, a sociedade, o cliente – na maioria das vezes – e o próprio profissional que vendeu a sua integridade e acaba sendo desvalorizado.
O profissional que cobra valores muito inferiores à média dos colegas terá dificuldades para entregar o serviço contratado e, mais ainda, não conseguirá manter-se atualizado por falta de tempo, pois trabalhará muito mais para conquistar o mínimo para a subsistência e ainda assim ficará sem dinheiro para investir em si mesmo.
Fonte: Contábeis.com