Investimento em CDI só se for livre do Imposto de Renda
Devido à defasagem em relação à taxa Selic, a variação do certificado de depósito interfinanceiro (CDI) deixou de ser um bom indexador para as aplicações financeiras. A menos que o investimento seja isento de Imposto de Renda (IR).
Atualmente, a rentabilidade do CDI é de aproximadamente 96% da taxa Selic. As aplicações de renda fixa tradicionais sofrem tributação que varia de 15% e 22,5% sobre os rendimentos, conforme o prazo da aplicação.
Se o investidor comprar um título com remuneração de 98% do CDI terá retorno líquido equivalente a 75% da Selic depois de seis meses. Na caderneta de poupança ganharia 70% da Selic, sem IR.
Uma solução para aumentar a rentabilidade é buscar alternativas que não são tributadas pelo IR. A julgar pelos números divulgados nos balanços trimestrais das maiores instituições financeiras do país, Banco do Brasil (BB) e Caixa já perceberam a demanda dos investidores. E saíram na frente.
O estoque de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) contabilizado nos balanços dos dois bancos públicos no primeiro trimestre de 2013 aumentou cerca de 20% em relação a dezembro do ano passado. Os papéis são isentos de IR.
Itaú, Bradesco e Santander reduziram ou mantiveram praticamente estáveis os montantes captados nos títulos isentos. O gráfico abaixo
mostra a liderança dos bancos controlados pelo governo.
Ao que tudo indica, após abocanhar uma boa quantidade de clientes que precisavam de financiamento bancário com taxas mais baixas, BB e Caixa partiram para atender a demanda da parcela da população com renda mais alta.
Se você tem recursos aplicados em modalidades indexadas ao CDI e sujeitas ao IR, vale fazer uma cotação de LCI ou LCA com gerentes dos dois bancos públicos e comparar as rentabilidades.
Marcelo d’Agosto – Economista, com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, é especializado em administração de investimentos, para o Valor Econômico