Um novo ciclo de expansão para o Brasil
Palavra do ministro da Fazenda para 2010.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que aposta num novo ciclo de desenvolvimento econômico para o Brasil, a partir do ano que vem. A afirmação foi feita durante palestra no seminário Cenários e Perspectivas para o Brasil, realizado no Rio de Janeiro.
O ministro destacou que o Brasil “foi um dos primeiros a sair da crise mundial” e que o “ajuste anticíclico promovido pelo governo foi mais rápido que em outros países e mais eficaz.” Além disso, destacou que a qualidade do ciclo de 2003 a 2008 facilita a percepção de que “estamos no limiar de um novo período de expansão que, a meu ver, começa logo em 2010”, disse Mantega.
Bancos públicos – O ministro da Fazenda também ressaltou a contribuição dos bancos públicos para que o Brasil saísse mais rapidamente da turbulência mundial. Segundo ele, as instituições públicas ampliaram o volume de empréstimos em 25%, desde setembro (marco inicial da crise), enquanto os bancos privados, ficaram em apenas 3%.
“Se não fossem os bancos públicos, o País não teria saído dessa situação. Eles demonstraram eficiência. Os bancos privados tiveram uma postura conservadora em relação ao crédito”, afirmou para reforçar as críticas que já havia feito anteriormente ao setor.
Pós-crise – Comparando o atual cenário de “pós-crise” com o quadro vivido pelo Brasil, depois do chamado “milagre econômico”, denominação dada à época de excepcional crescimento durante a ditadura militar, especialmente entre 1969 e 1973, o ministro salientou que desta vez “não houve acumulos a serem expurgados no futuro.” Mantega ressaltou que não estava fazendo uma crítica ao milagre econômico.
“Só estou querendo dizer que temos vários sinais mais positivos, que possibilitam uma resposta mais rápida do que naquela época”, disse o ministro, citando o resultado da balança comercial no ciclo de 2003 a 2008, que foi positivo durante todo o período. “Na época do milagre isso não ocorreu.” Munido de gráficos sobre os últimos 40 anos, Mantega ressaltou que “houve um salto qualitativo e não apenas uma continuidade do crescimento, a partir do novo governo, em 2003”.
Fonte: Diário do Comércio