Tombini deve assumir BC com taxa Selic inalterada, de acordo com expectativa do mercado
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou ontem (7) a última reunião do ano para avaliar a necessidade de possível alteração da taxa básica de juros (Selic), que está em 10,75% ao ano desde julho. A definição do colegiado de diretores do BC só será conhecida hoje (8) à noite, depois da segunda fase da reunião, embora o mercado financeiro trabalhe com expectativa de manutenção do nível de juros.
Caso a estimativa do boletim Focus, divulgado na segunda-feira (6), se confirme, o atual diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro, Alexandre Tombini, substituirá o presidente do BC, Henrique Meirelles, em janeiro, com a Selic inalterada. Mas, de acordo com o professor de macroeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Rogério Mori, é provável que a taxa continue em 10,75% por pouco tempo, uma vez que as pressões inflacionárias aumentaram de setembro para cá.
O professor da FGV diz que o Copom deve manter a taxa de juros, em virtude, principalmente, das medidas anunciadas na última sexta-feira (3) para conter o crédito. O ideal, acrescentou, é aguardar um pouco mais para verificar o grau de transitoriedade da inflação e os efeitos das medidas sobre o crédito. Além disso, lembrou que a economia brasileira “começa a dar alguns sinais de acomodação da atividade recente”, principalmente na indústria.
Rogério Mori ressaltou que a taxa básica de juros impacta diretamente nas operações de curtíssimo prazo entre instituições financeiras, com a elevação natural dos juros bancários nas operações de empréstimo. Além disso, as variações da Selic são transmitidas para a economia por diferentes canais, com efeitos sobre preços dos ativos, no crédito, nas expectativas, nas taxas de juros e no câmbio. Atraem, portanto, mais dólares para o país, pressionam a cotação da moeda norte-americana e derrubam a competitividade de nossas exportações.
* Agência Brasil