Suspeita e euforia com a saída
“A desculpa de que a demissão do presidente do Banco do Brasil foi causada pelas taxas de juros é ridícula”, disse Rodrigo Maia, deputado do DEM.
Os partidos de oposição acusaram o governo de esconder os reais motivos que provocaram a demissão do presidente do Banco do Brasil (BB), Antônio Lima Neto. Para a oposição, a saída do executivo foi decidida por causa de problemas em operações de socorro feitas a instituições financeiras, com problemas de insolvência, às quais não foram dada publicidade.
Por causa disso, PSDB, DEM e PPS e decidiram apresentar requerimento de convocação na Câmara e no Senado para que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, explique ao Congresso os motivos que levaram o governo a demitir Lima Neto. Também serão convocados Lima Neto e a presidente da Caixa Econômica Federal , Maria Fernanda Coelho, para que esclareçam quais operações foram feitas pelas duas instituições dentro do alcance da Medida Provisória 443, editada pelo governo no auge da crise. Ela permitiu que BB e Caixa comprassem instituições financeiras com problemas de caixa
“A desculpa de que a demissão do presidente do BB foi causada pelas taxas de juros é ridícula”, afirmou o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). “A oposição desconfia que houve socorro do banco para instituições financeiras que não estavam com problemas de liquidez, mas sim de insolvência mesmo. O governo não divulgou os reais motivos da demissão, mas nós sabemos que esses motivos não são nobres”, criticou o deputado.
Já os sindicalistas comemoraram a saída de Lima Neto. O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, não escondeu a exaltação e responsabilizou diretamente o executivo por não reduzir o juros do banco na velocidade defendida pelas centrais sindicais.
O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, destacou que a mudança no comando do BB pode contribuir para transformar a atuação do banco público. “Não ficamos comemorando demissão de ninguém, nem mesmo de presidente de banco. Mas, se a saída dele ajudar a transformar a política desse banco tão importante, agradeceremos.”
Fonte: Diário do Comércio