Superávit do governo central em março é o terceiro melhor para o mês
Resultado foi 40,7% maior do que o observado em fevereiro; Tesouro contribuiu com superávit de R$ 9,4 bi enquanto Previdência e BC tiveram, juntos, déficit de R$ 1,8 bi.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse nesta quarta-feria, 25, que o superávit primário do governo central em março, de R$ 7,558 bilhões, é o terceiro melhor resultado para este mês do ano e que os resultados acumulados no primeiro trimestre (R$ 33,754 bilhões) e nos 12 meses encerrados em março (R$ 101,6 bilhões) são os maiores da série histórica.
“Tivemos um bom resultado. Estamos continuando com a tendência, já demonstrada nos dois primeiros meses, de bom resultado fiscal e possibilidade bastante tranquila de cumprimento do primário do ano”, afirmou. “Continuamos numa tendência positiva em relação ao cumprimento do primário.”
Em relação à Previdência, o secretário destacou que o resultado da Previdência também mostra “tendência de resultado bom novamente neste ano”. O secretário destacou ainda que o resultado do ano está 20% acima da meta do quadrimestre, de R$ 33,1 bilhões. “E ainda temos um mês para chegar nela. Vamos cumpri-la, assim como vamos cumprir o primário cheio no ano”, afirmou.
O superávit primário de março foi 40,7% maior do que o observado em fevereiro. O resultado ficou dentro do intervalo estimado pelos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de R$ 7,400 bilhões a R$ 13,000 bilhões, mas abaixo da mediana de R$ 9,900 bilhões.
O Tesouro Nacional contribuiu com um superávit de R$ 9,386 bilhões no mês passado, enquanto a Previdência registrou déficit de R$ 1,764 bilhão e o Banco Central teve resultado negativo de R$ 63 milhões.
Embora ainda falte a apuração do mês de março, pelo Banco Central (que tem um conceito diferente do Tesouro)a meta já foi superada em 20%. O BC divulgará ainda esta semana o resultado não só do Governo Central mas de todo o setor público consolidado.
No acumulado do primeiro trimestre, o governo central somou um superávit primário de R$ 33,754 bilhões, número 31,3% a mais que nos primeiros três meses de 2011. O resultado do ano corresponde a 3,31% do PIB, ante 2,67% do PIB de janeiro a março do ano passado. O Tesouro Nacional registrou superávit de R$ 43,711 bilhões no trimestre, enquanto o déficit da Previdência para o período foi de R$ 9,913 bilhões. O BC, por sua vez, também tem déficit acumulado de R$ 44,1 milhões.
Despesas
As despesas do governo central cresceram 12% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado. Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira, 25, pelo Tesouro Nacional, os gastos com custeio da máquina subiram 11,4% e com investimentos 23,5%.
Por outro lado, as receitas do governo central aumentaram 13,8%, no primeiro trimestre de 2012, em relação ao mesmo período de 2011. Ainda no mesmo período, os cofres Tesouro foram reforçados em R$ 4,965 bilhões, com o pagamento de dividendos pelas empresas estatais. Esse valor é 56,7% maior que o recebido pela União em dividendos no primeiro trimestre de 2011.
Investimentos
Os investimentos do governo federal mostraram uma recuperação no mês de março, ao totalizarem R$ 15,7 bilhões, no acumulado do primeiro trimestre. Com isso, os gastos com obras subiram 23,5% nos primeiros três meses do ano. Até fevereiro, o valor era de R$ 9,6 bilhões, o que representava um crescimento de apenas 3,3% em relação ao primeiro bimestre de 2011. Segundo dados do Tesouro, foram desembolsados para o programa Minha Casa Minha Vida, entre janeiro e março deste ano, R$ 5,1 bilhões, ante apenas R$ 1,1 bilhão no mesmo período de 2011.
Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) mostraram uma performance ainda melhor, com alta de 46,9% no primeiro trimestre, totalizando R$ 8 bilhões. No primeiro bimestre deste ano, os investimentos do PAC somavam R$ 4,1 bilhões, o que representava uma expansão de 19,1% em relação aos primeiros dois meses do ano passado.
* Agência Estado