Solução antifraude é importante para PMEs
A cada R$ 100 gastos no comércio digital em 2014, quase R$ 4 foram perdidos em fraudes, segundo estudo da ClearSale. O número é maior que o do ano anterior e acende o sinal vermelho para as lojas digitais de menor porte.
Como as PMEs possuem estruturas mais frágeis, elas se tornam alvos fáceis para as operações fraudulentas. “Não existem alvos preferenciais: o fraudador procura falhas independentemente se a empresa é grande ou pequena”, pondera o presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Maurício Salvador. “Contudo, as pequenas e médias têm menos ferramentas e equipe para fazer esse tipo de controle”, completa.
Segundo Salvador, as falhas mais comuns estão relacionadas a não observação dos padrões de comportamento do consumidor, como volume de compras, endereço de entrega e especificidade dos produtos. “Têm ferramentas que utilizam sistemas complexos de inteligência artificial ou redes neurais para prevenir fraudes”, explica o presidente da ABComm. “Ela fornece um nível de risco da compra ser fraudulenta e o lojista toma a decisão se quer aprová-la ou não”. A empresa que realiza o serviço pode cobrar uma porcentagem da venda ou um valor fixo sobre a transação realizada.
Opções
Uma das empresas que efetuam a análise comportamental antifraudes é a Easy Solutions. “Existe uma série de parâmetros para a construção do perfil do cliente: valor do ticket, velocidade da compra, localização do pedido entre outros”, explica o gerente de negócios da companhia, Cláudio Sadeck. Contudo, o executivo frisa que o serviço costuma ser mais utilizados por lojistas que tenham um bom volume de vendas.
“No caso do lojista menor, é mais recomendável que ele procure um gateway que já ofereça o serviço de segurança embutido”, recomenda Sadeck. Os gateways são mecanismos responsáveis por facilitar a transação entre a loja e a instituição financeira encarregada pelo pagamento. “Dependendo do serviço contratado, alguns oferecem soluções específicas para pequenos lojistas”, completa Sadeck.
Outra ferramenta importante é o certificado digital responsável por criptografar as páginas do ambiente digital e que protegem a loja através de protocolos de segurança SSL (Secure Sockets Layer). “Para vender on-line é obrigatório ter uma criptografia que mantenha o estado do consumidor seguro”, crava Maurício Salvador. Segundo o presidente da ABComm, atualmente já existem opções de certificados com custos que variam entre R$ 200 e R$ 300 por ano. “São acessíveis a qualquer tamanho de loja”, completou Salvador.
Prejuízo
Estimativa da Serasa Experian calcula que as perdas com e-commerce tenham somado R$ 500 milhões em 2014. Segundo Salvador, o maior problema é que o prejuízo fica integralmente na conta do lojista – diferentemente do que acontece nas compras físicas, quando a operadora do cartão arca com as despesas.
O presidente da ABComm questiona os dados da ClearSale, que colocam como perdidos 3,98% do total transacionado no comércio digital em 2014. “Estimamos que a cada R$ 100, R$ 0,50 são fraudes”. O estudo da companhia – que assim como a Easy Solutions é especializada em prevenção de fraudes – analisou dados sobre vendas de 84% do e-commerce brasileiro e apontou aumento no número de golpes, que representavam 3,7% do total no ano anterior.
O relatório ainda indica Bahia (9,39%) e Ceará (9,16%) como os estados onde ocorrem mais fraudes proporcionalmente; já o Rio Grande do Sul seria o mais seguro, com apenas 1,89% das compras on-line registradas como tentativas de golpe, seguido por Santa Catarina (2,08%). Entre os segmentos mais procurados por fraudadores estão games (9,9%), celulares (9,2%), informática (5,9%) e eletrônicos (5,4%).
DCI