Sol, praia, queijo e cachaça mineira
por: Osni Alves J
Sol, praia, queijo e cachaça mineira. A mistura pode até parecer incomum, mas está fazendo sucesso numa das orlas mais frequentadas por joinvilenses, jaraguaenses, paranaenses e paulistas.
Lá onde o vento nunca cessa, as ondas quebram com força e a região vive um boom imobiliário foi que o empreendedor Everson Henning, 35, decidiu abrir sua casa de secos e molhados. “Escolhemos Itajuba por afinidade com o lugar”, disse.
Localizada ao sul de Barra Velha, fazendo limite com Piçarras, o bairro é um dos mais procurados no verão. “É uma opção a mais ao morador e ao veranista. Estamos fidelizando a clientela local e atendemos também outras praças sob encomenda”, frisou, em referência à Joinville onde boa parte da família dele mora.
Em parceria com a esposa Ariana de Anchieta, paulista radicada em Barra Velha há 20 anos, o casal está no mercado a menos de sessenta dias. O empreendimento é resultado de uma viagem a Minas Gerais. “Nos apaixonamos pela cultura, gastronomia e pelas pessoas. De imediato, vislumbramos a oportunidade de comercializar esses produtos no litoral”, afirmou.
A viagem à terra do pão de queijo foi no fim de novembro. Já em solo catarinense, decidiram abrir o comércio dia 10 de dezembro. Dia 19 viajaram para comprar os itens e nove dias depois a loja estava aberta. O “Empório di Minas” fica na principal avenida do bairro e tem também uma página no Facebook e outras redes sociais.
A aceitação foi imediata. Banhistas interessados em experimentar algo diferente do oferecido nas imediações solicitaram uma tábua de frios. O próximo passo foi comprar um banco de madeira para atender essa nova demanda. Com o nicho, o casal pretende transformar o armazém num pequeno bistrô. “Uma marca de cerveja artesanal e os itens já comercializados.”
São oito tipos de queijos, seis tipos de cachaças, além de licores e vinhos, e também cinco tipos de doces. “Oferecemos também café arábica do sul de Minas e pimentas e conservas diversas”, disse, acrescentando que o queijo mais caro custa R$ 45 o quilo, e a cachaça R$ 35.
O casal está animado com o projeto e agora avalia pontos comerciais. “Está no nosso radar mudar para o centro de Barra Velha, onde a movimentação é maior e você alcança comerciantes, bancários e prestadores de serviços. Também pretendemos ter unidade física em Joinville por meio de parceria com um parente, pois temos demanda contínua lá”, falou.
Pode-se afirmar que eles surfam na onda da nova economia. Isso porque em tempos de recessão e desemprego em alta, a saída para a maioria dos casos é empreender. Segundo o Sebrae, as micro e pequenas empresas são as principais geradoras de riqueza no comércio no Brasil, respondendo por 53,4% do PIB (Produto Interno Bruto) desse setor.
Poucos anos atrás se empreendia devido ao momento econômico favorável, com dinheiro barato, financiamentos acessíveis e oportunidades latentes. Atualmente, empreender é o único caminho para quem, de uma hora para outra, se viu sem emprego formal, renda e estabilidade.
Para o casal, o caminho foi um pouco diferente. Ariana já tinha um negócio próprio, mantendo uma pet shop também em Barra Velha. “Ela era bastante requisitada devido ao curso de estética animal. Depois de um período no ramo, resolveu fechar e aquela viagem a Minas foi o start que precisávamos para idealizar um novo negócio”, afirmou.
A longevidade do empreendimento depende da gestão do casal e de fatores mercadológicos, mas como se propaga na cultura mineira, comendo quieto se vai longe.