Setor empresarial constata melhora na relação com a Argentina
A relação entre o Brasil e a Argentina começa a melhorar e a disposição para superar os entraves aos negócios é nítida. A avaliação é do presidente da FIESC Glauco José Côrte, que participou na última sexta-feira, 15, em São Paulo, da reunião do Conselho Empresarial Brasil – Argentina (CEMBRAR), que além de industriais, reuniu representantes dos governos dos dois países. “O clima é bastante positivo e percebe-se uma clara afinidade e disposição para avançar na solução das questões que hoje atrapalham o fluxo de negócios”, disse, referindo-se não só à percepção quanto ao encontro, mas também ao momento pós troca de governo na Argentina e no Brasil.
Hoje as maiores dificuldades estão nos produtos que não têm licenciamento automático, conforme mostra pesquisa realizada pela FIESC com indústrias catarinenses que exportam para a Argentina, apresentada por Côrte na reunião. “Há um consenso de que estamos avançando. O foco é facilitar o comércio, reduzir a burocracia e agilizar as liberações”, resumiu. Ele acredita que outro fator que dará maior agilidade daqui para frente é o fato de que a emissão dos certificados de origem, documento necessário para exportar, passa a ser digital em ambos os países. “Isso permitirá reduzir o tempo necessário para liberação das mercadorias, embora ainda haja algumas barreiras burocráticas a transpor”, explicou.
A reunião, que contou com a presença de 40 empresários argentinos e 60 brasileiros, além dos secretários dos ministérios ligados ao comércio exterior de ambos os países, ainda discutiu o acordo Mercosul – União Europeia, que tem o apoio do setor privado. Também nesse tema há a percepção de que as negociações estão avançando.
Entre as prioridades dos dois países estão acesso a mercados, facilitação de comércio, harmonização de normas técnicas, empreendedorismo e inovação para pequenas e médias empresas, acordos comerciais no âmbito do Mercosul e com terceiros países, além de defesa comercial.
O CEMBRAR foi criado em setembro do ano passado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela União Industrial Argentina (UIA), durante missão empresarial da CNI a Buenos Aires, que também contou com participação da FIESC. O conselho foi criado para ampliar e fortalecer a integração entre as duas economias por meio da troca de informações sobre políticas industriais e comerciais, identificação de oportunidades de comércio e investimentos, articulação da defesa de interesses dos setores junto aos governos, além da atuação em conjunto no âmbito do Mercosul.