SC amplia oferta de ensino médio integrado ao profissional nas escolas públicas
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) promoveu ontem, 18, encontro com a Secretaria de Estado da Educação (SED) e o Instituto Itaú BBA para discutir a ampliação da oferta do projeto de ensino médio integrado à educação profissional. O modelo em execução pela SED foi estruturado com a contribuição do SENAI, entidade da FIESC, baseado no projeto Conecte, que oferece formação profissional integrada à educação básica em tempo reduzido desde o início de 2017.
Durante o encontro, o 1º vice-presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, destacou a importância de aproximar o setor produtivo das questões ligadas à educação. “Acompanhei a decisão da implantação da Universidade Federal de Santa Catarina em Joinville, dentro do condomínio empresarial, iniciativa que aproximou os dois lados. Acredito que essa distância que ainda ocorre entre as instituições de ensino e o setor produtivo tem que ser vencida. Já conseguimos isso com o SENAI”, avaliou.
O secretário de Educação, Eduardo Deschamps, detalhou o projeto chamado de EMIEP (ensino médio integrado ao ensino profissional) e alertou que os testes PISA, Prova Brasil e Ideb são termômetros, mas não retratam, de fato, a situação da educação no Brasil. “Estas avaliações estão apontando para alguns problemas. Quando relaciono outros fatores, como a taxa de evasão e de reprovação e o sentimento de desconexão no tipo de formação para a aquilo que o estudantes deseja fazer, temos um cenário muito claro de que a educação está doente”, analisou o secretário. “Temos um sistema extremamente complexo para lidar que não se soluciona com coisas simples. Temos que articular muitas coisas no País para que as coisas aconteçam. A gente pode ter o melhor sistema do mundo, mas não vai funcionar se a família não estiver envolvida”, acrescentou.
Deschamps reforçou a importância de se ampliar a articulação com a educação profissional, um dos quatro pilares do novo ensino médio, e salientou que a base nacional comum que está sendo discutida considera esta necessidade. Citou exemplos de países nos quais a formação básica aliada ao ensino técnico chega a 70% dos estudantes – como é o caso da Alemanha e da Áustria. “Nossa inspiração é o SENAI Conecte. Será que podemos fazer algo semelhante como os clubes criados pelo SENAI? É importante estabelecer esse intercâmbio. Também precisamos olhar o que o Itaú BBA tem feito em outros Estados, para fazer ajustes de rota em Santa Catarina. Preciso me apropriar do conhecimento e decidir como vou fazer essa construção”, frisou o secretário.
Com o SENAI Conecte, em apenas três anos os alunos recebem uma única certificação, mas duas formações: o ensino médio e o curso técnico em informática. No contraturno, eles ainda têm a possibilidade de participar de programas chamados de “clubes”, que estimulam empreendedorismo, liderança, indústria 4.0, fluência em inglês e atividades artístico-culturais. O Conecte é um modelo de educação inovadora, que está alinhado com a proposta do novo ensino médio, formando jovens com as competências do profissional do século 21.