Rotatividade no mercado de trabalho se mantém elevada mesmo com altos índices de desemprego
Um levantamento da consultoria Tendências indica que a rotatividade no mercado de trabalho no Brasil ainda se mantém alta mesmo ante o elevado volume de pessoas sem trabalho formal. Atualmente são mais de 12 milhões de desempregados no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a Tendências, uma das principais causas de tantas pessoas ainda trocarem com frequência de emprego são os benefícios que encontram, como o seguro-desemprego, mesmo após investidas do governo para atacar fraudes e dificultar seu acesso.
A rotatividade (turn over) encerrou dezembro passado em 4,71 pontos percentuais, recuando ao mesmo patamar de 2007, calculou a consultoria a pedido da ‘Reuters’ com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Nesse período, no entanto, as taxas de desemprego estavam bem diferentes. Em 2007, segundo a Tendências, o desemprego médio simulado para a Pnad Contínua –a pesquisa do IBGE tem dados somente a partir de 2012– era de 9,2%, bem abaixo dos 11,5% do ano passado.
O auge da rotatividade, no início desta década, quando o Brasil tinha situação de pleno emprego, rondou os 7 pontos percentuais.
“É curioso que, apesar do desemprego mais elevado, a rotatividade não tenha recuado tanto”, afirmou a economista responsável pelo cálculo, Alessandra Ribeiro.
O cálculo da rotatividade leva em conta a soma da quantidade de trabalhadores admitidos e desligados do Caged em relação ao total de brasileiros empregados com carteira de trabalho assinada.
Em dezembro, por exemplo, o Brasil teve 869 mil admissões, 1,331 milhão de desligamentos, para um estoque de 46,689 milhões de trabalhadores.
Para o conjunto da economia brasileira, a elevada rotatividade faz com que as empresas fiquem menos competitivas, o que se torna mais um entrave para o crescimento do País.