Retirada do IOF não surte efeito esperado e dólar sobe
Nem mesmo a retirada da alíquota de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para a aplicação de estrangeiros em renda fixa local foi suficiente para conter a valorização do dólar comercial que fechou em alta de 0,14% cotado a R$ 2,1320.
O pregão desta quarta-feira foi marcado pela volatilidade. A moeda americana chegou a oscilar entre R$ 2,15 e R$ 2,088.
A forte oscilação fez que o Banco Central voltasse a atuar no mercado por meio da realização de leilão de swap cambial tradicional, menos de uma semana após ter realizado a última operação do tipo realizada em 31 de mai o. A autoridade monetária vendeu 27.500 contratos, de uma oferta de 40 mil papéis. O volume financeiro da operação totalizou US$ 1,377 bilhão, e a liquidação ocorre amanhã.
Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o mercado reagiu ao comentário da presidente Dilma Rousseff, que foi categórica ao afirmar que o governo não possui medidas para segurar o dólar. A valorização do câmbio, no entanto, traz preocupação sobre os impactos para a inflação.
Para Galhardo, o governo precisa ir além na flexibilização das medidas adotadas para frear o fluxo de capital externo e retirar a alíquota de 1% sobre a variação das posições líquidas vendidas em câmbio dos agentes de mercado, adotada em julho de 2011. “O IOF de derivativo inviabiliza as operações de quem está disposto a vender.”
O especialista em câmbio da corretora Icap, Ítalo Abucater, concorda que só a retirada do IOF para derivativos poderia aumentar a liquidez do mercado de câmbio. “O Brasil não tem atrativo para investimento de longo prazo , você tem do lado doméstico uma política fiscal expansionista e não foi feito nada para atrair os investimentos de est rangeiros, além disso, as constantes mudanças de regras desestimulam a entrada do investidor estrangeiro.”
Do lado externo, o fortalecimento da economia americana e a expectativa de retirada dos estímulos monetários por parte do banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) reduz o apetite dos investidores por ativos de maior risco incentivando uma busca por proteção com a compra dos títulos do Tesouro americano .
O Dollar Index, que acompanha o desempenho da divisa americana em relação a uma cesta de moedas, caía 0,24%.
Valor Econômico