18/05/2009
Quase 100% dos tomadores querem mais microcrédito
Quase 80% dos pequenos empresários que fizeram empréstimos de baixo valor conseguiram incrementar quantia à renda de seus negócios
SÃO PAULO – Dentre os pequenos empresário que tomaram crédito no último ano, 94% declararam que pretendem dar continuidade às ampliações de seus negócios recorrendo novamente ao empréstimo em pequenas quantias. O levantamento, apresentado nesta semana durante seminário da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) sobre bancarização, retrata um cenário atrativo para o mercado de microcrédito no Brasil.
O número dos que tiveram algum incremento na renda também é alto: 79% dizem que negócio adquiriu média de R$ 1,1 mil a mais em seu faturamento.
“O pequeno empreendedor tem dignidade e potencial para crescer, o que falta a ele é informação e acesso ao crédito”, afirmou o gerente executivo da São Paulo Confia, Paulo Colozzi. O especialista acredita ser necessário um processo massificado de informatização, sobretudo para as classes C e D.
“No microcrédito o que movimenta a adimplência é a união das pessoas”, continuou. Segundo Colozzi, o grupo de quatro a dez pessoas que se une para tomar crédito pela entidade é responsável por toda a dívida, o que desenvolve vínculo de confiança e solidariedade entre eles.
Correspondentes bancários
A sinergia entre microcrédito e correspondentes bancários tornaria possível um melhor atendimento para os clientes de baixa renda. Um dos fatores mais questionados sobre a rentabilidade desta ferramenta é o alto custo operacional que os agentes de crédito representam para estas entidades.
Para Edson Pedro Schneider, gerente de crédito geral e câmbio do banco cooperativo Sicredi, a função dos agentes é fundamental. “O histórico tem muita importância no processo. Nas unidades este funcionário está apto a direcionar o tomador e a identificar casos de risco”, explicou.
Conforme ele, a educação para uso adequado do crédito pode começar nas cooperativas, já que o contato estrito com os tomadores é determinante para que haja baixa inadimplência neste setor. Conforme exemplos citados, em instituições de cidades pequenas os resultados podem ser ainda melhores que nos grandes centros urbanos, devido à maior proximidade com os clientes.
Schneider afirma que o cooperativismo ainda está engatinhando no País, apesar de pontuar que as operações de pequeno valor representaram 85,68% do total de quase 1,2 milhão de contratos no ano passado.
De acordo com dados fornecidos durante palestra, 49% dos pequenos empresários não têm conta corrente e apenas 6% usaram o microcrédito em 2007. A expectativa para este ano é que a São Paulo Confia atenda até 20 mil pessoas. A Sicredi informou que possui 1,4 milhão de associados e R$ 16,6 bilhões de ativos.
Fonte: Financial Web
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