02/04/2009
Projetos empresariais brasileiros ainda são falhos
Muitas vezes este erro leva à mortalidade da empresa
Levantamentos do Sebrae-SP mostram que as razões que levam à mortalidade de pequenas empresas passam, muitas vezes, pela estruturação correta do projeto da nova companhia.
Se fosse preciso apresentar um projeto de criação de uma pequena empresa em exatos quinze minutos, e convencer o investidor de que ele é realmente bom, quais seriam as suas chances de sucesso? Não seria uma tarefa muito fácil, certo? No dia 12 de março, nove grupos de alunos brasileiros graduados em economia, administração e engenharia tiveram de passar por isso numa disputa nacional que ocorre todos os anos na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
A entidade recebe inscrições de projetos de diversas faculdades e universidades no Brasil e na América do Sul todos os anos. O vitorioso é indicado para o Global Moot Corp 2009, a principal competição americana de empreendedorismo, que recebe anualmente os projetos internacionais mais bem avaliados em faculdades mundiais de primeira linha. Não dá para afirmar, no entanto, que o Brasil tem conseguido facilmente um lugar ao sol nesses eventos globais.
Pelo nono ano consecutivo, a FGV coordenou a seleção dos casos no continente, mas, até hoje, o país não disputou as finais no exterior. A melhor colocação dos países da América do Sul foi obtida por graduados da Universidad de los Andes (Uniandes), da Colômbia, em 2007.
Na avaliação dos coordenadores da FGV, os projetos de negócios no Brasil ainda precisam evoluir, principalmente nos casos de empreendimentos com estrutura de criação falha. “Ainda há pós-graduados de universidades com problemas para desenhar os planos de negócios de forma completa. É preciso evoluir mais”, diz Rene Rodrigues, diretor da competição no país.
Levantamentos do Sebrae-SP mostram que as razões que levam à mortalidade de pequenas empresas passam, muitas vezes, pela estruturação correta do projeto da nova companhia.
Segundo estudo da entidade em 2004, as causas do fracasso se relacionam às falhas gerenciais na condução dos negócios (indicando descontrole de fluxo de caixa), problemas financeiros (situação de alto endividamento), ponto inadequado (falhas no planejamento inicial) e falta de conhecimentos gerenciais.
Também predominam as causas econômicas conjunturais, como falta de clientes, maus pagadores e recessão econômica no país. “Os fatores de sucesso apontados por pequenos empresários possuem três características comuns: 1) habilidades gerenciais 2) capacidade empreendedora e 3) logística operacional”, relata o levantamento “Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil”.
Como as falhas na gestão são fator de risco elevado para os pequenos negócios, as principais universidades brasileiras acreditam que competições internas favorecem o aprendizado. Por isso, os alunos graduados da etapa nacional do Global Moot Corp precisam superar os empreendendores rivais de países vizinhos. Em 2006, o plano de negócio vencedor da etapa brasileira pertencia à Argentina – todos os países do continente podem concorrer na etapa latino-americana. O Grupo JW, da universidade IAE Business School, criou um equipamento meteorológico agrícola, Neste ano, o vencedor da etapa foi um grupo da University of Waterloo, do Canadá – país que até então não fazia parte da seleção de casos no Brasil.
Fonte: Cenofisco
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