Poupança de até R$ 50 mil não deverá ter IR
O governo decidiu pela cobrança de IR (Imposto de Renda) nas aplicações em caderneta de poupança a partir do ano que vem. O Ministério da Fazenda debatia ontem taxar as contas com mais de R$ 50 mil, mas deve apresentar outros dois valores ao presidente Lula. A Fazenda programou para hoje a divulgação das regras, mas isso ainda dependia de reunião com Lula pela manhã para definir o valor de corte e a data do anúncio.
O presidente optou pela cobrança de IR no próximo ano nas cadernetas, o mais popular instrumento de investimento do país, apesar de sua equipe econômica ser favorável a uma mudança definitiva nas regras –os técnicos preferiam acabar de uma vez com os juros fixos de 6% ao ano.
Se prevalecer o limite de R$ 50 mil, 99% dos aplicadores estariam isentos de tributação. Mas o governo conseguiria recolher IR sobre quase 40% dos R$ 270,7 bilhões depositados na poupança. A equipe econômica estabeleceu R$ 20 mil como o piso a partir do qual a poupança teria os rendimentos tributados.
A solução, na avaliação do governo, daria discurso contra a oposição: Lula diria que não mudou a regra da poupança para a imensa maioria. No entanto, o presidente negou ontem, em Cubatão (SP), que o governo vá apresentar medidas que alterem as regras da poupança hoje. “Se for anunciar, não estou sabendo.
Já a redução no IR dos fundos de investimento não deverá ser adotada imediatamente. Para evitar críticas de que estaria beneficiando os aplicadores com mais renda, que investem em fundos, o governo discutia baixar o imposto, que hoje chega a 22,5% ao ano, para 15% ao ano apenas se houver sinais de migração dos fundos de renda fixa para a caderneta.
As mudanças têm um objetivo claro: permitir que o BC continue reduzindo os juros e evitar um desgaste político. A Selic, taxa básica de juros da economia, está em 10,25% ao ano. Os sinais emitidos pelo BC são os de que os juros poderão cair em junho.
Fonte: Agora São Paulo