Pequenos continuam em dificuldades
No primeiro semestre de 2009, o faturamento real das micros e pequenas empresas (MPEs) paulistas caiu, em média, 10,1%.
As pequenas empresas continuam perdendo receita, principalmente as do setor industrial. No primeiro semestre de 2009, o faturamento real das micros e pequenas empresas (MPEs) paulistas caiu, em média, 10,1%, na comparação com igual período do ano passado, de acordo com a pesquisa Indicadores realizada pelo Sebrae-SP.
Na análise por setores, a indústria registrou 18% de retração, seguida pelo comércio (-9,7%) e serviços (-4,5%). As empresas da Região Metropolitana de São Paulo foram as que sofreram maiores perdas no período, com -11,8%, enquanto o resultado nas MPEs das regiões do Grande ABC e da capital encolheu 11,1%. No interior do estado, foi constatada queda de 8,2%.
Para o consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves, as receitas de bens de consumo duráveis e de capital apresentaram o pior resultado porque são as mais dependentes de financiamento. “É uma atividade que trabalha com a comercialização de produtos unitários mais caros, e grande parte das suas operações se utilizam de crédito. Por esse motivo, foi a mais influenciada pela crise financeira internacional”, explicou.
Já o comércio, apesar do desempenho negativo no semestre, apresentou a primeira alta do ano em junho: elevação de 3,6% em relação a junho de 2008. “Como a inflação ficou sob controle e a renda do trabalhador se manteve estável, o nível da atividade foi mantido. Também, a venda de bens unitários de valor baixo não depende tanto do crédito”, destacou Gonçalves. A indústria e os serviços continuaram em retração na comparação entres os meses de junho (16,6% e 6,2%, respectivamente).
O faturamento real das MPEs cresceu 3,4% em junho ante o mês anterior.
Menor valor – A Donatex Distribuidora de Alimentos, atacadista sediada no bairro paulistano do Brás, confirma o resultado do estudo. De acordo com o diretor da empresa, Antônio Brito, o crescimento no semestre ficou abaixo do esperado. “De fato, não tivemos o crescimento planejado. Sentimos que a receita começou a cair em abril, no momento em que nossos compradores começaram a substituir produtos mais caros pelos de preços mais baixos.”
Fonte: DComercio