Papel de controlador de banco e de auditor precisa ser repensado, diz FGC
'É inaceitável que o controlador de uma instituição financeira com problemas diga que nunca esteve na instituição, não sabia de nada e não conhecia os administradores', disse presidente do conselho do FGC.
Após os recentes problemas nos bancos médios brasileiro, o papel de controladores, acionistas e auditores externos precisa ser repensado, avalia o presidente do conselho de administração do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Gabriel Jorge Ferreira. “É inaceitável que o controlador de uma instituições financeira com problemas diga que nunca esteve na instituição, não sabia de nada e não conhecia os administradores”, disse durante uma palestra na manhã desta quinta-feira em um evento da Federação Brasileira de Banco (Febraban) sobre o papel dos auditores no setor financeiro.
Ferreira se referia ao empresário Silvio Santos, controlador do Banco Panamericano, que teve descoberta uma fraude que chegou a R$ 4,2 bilhões por conta de contabilização de carteiras de créditos vendidas a outros bancos. Quando a fraude foi descoberta, em novembro de 2010, o empresário deu declarações públicas dizendo que desconhecia os executivos e o dia a dia do banco. “É preciso que isso seja tratado melhor pelas autoridades”, disse o presidente do conselho do FGC.
Sobre as auditorias, Ferreira diz que, no caso do Panamericano, ficou claro que houve falhas, tanto da auditoria interna quanto da auditoria externa. “É preciso repensar a atuação principalmente do auditor externo”, disse o executivo, destacando que não é papel dele detectar fraudes, que são produzidas por um grupo de administradores.
* Agência Estado