‘Operação Carne Fraca’: sociedade rural pede critérios em exibição de resultado de investigação
A Sociedade Rural Brasileira (SRB) defendeu que a Polícia Federal precisa apresentaros resultados de suas investigações “com maior critério, para evitargeneralização de que há riscos à saúde pública no Brasil e dos clientes dacarne brasileira na comunidade internacional”, se referindo à Operação Carne Fraca.
Presidente da SRB, Marcelo Vieira afirmou, em nota, que “não é toda a produção do Brasilconsumida no mercado interno ou exportada que apresenta os tipos de problermas identificados” na operação.
Para Vieira, as investigações da Polícia Federal devem ter constatado boas práticas do setor. “É essencialque estaconformidade também venha a público e assim seja manifestado”, diz a nota.
A SRB sustentou que defende a importância da apuração de todos os fatos relacionados à operação, assim como a responsabilidade na sua divulgação, “de modo que seja realizada com o devido cuidado para esclarecer a opinião públicasobre o grau de diversas irregularidades identificadas”.
Em comunicado, o Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados em Santa Catarina (Sindicarne) e a Associação Catarinense de Avicultura (Acav) afirmam que o “compromisso supremo das indústrias de alimentação é a oferta de proteína segura e de qualidade para a nutrição das pessoas e das famílias”.
Ambas as entidades defendem “a rigorosa apuração dos fatos e a exemplar punição daqueles que atuaram fora dos padrões exigidos”. E dizem ainda que jamais vão pactuar com o erro e a omissão.
Segundo elas, a “indústria brasileira da carne e, em especial, a indústria catarinense, atingiram nas últimas décadas um elevado nível de segurança e qualidade em sua operação, condiçãointernacionalmente admirada e reconhecida”. De acordo com o texto, “as indústrias brasileiras e catarinenses de carnes, notadamente as de aves e suínos, adotam o que há de mais avançado em máquinas, equipamentos, processos e recursos tecnológicos”.
De acordo com a nota, “é necessário compreneder a dimensão, a complexidade e o elevado grau de desenvolvimento desse importante setor da indústria nacional para considerar que os fatos apurados pela Polícia Federal são isolados e representamlamentáveis excessões dentro da cadeia produtiva”.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, “a venda e o uso de carnes sem as condições adequadas de consumo humano no processamento de produtos industrializados é um crime contra a saúde pública que deve ser rigorosamente apurado e, seus autores, penalizados”. Segundo ele, a conduta ilícita causa prejuízos à imagem do Brasil e pode criar embaraços em mercados mundiais “duramente conquistados nas últimas décadas”, diz em comunicado.