O que pensam os senadores de SC sobre o salário mínimo
Peemedebistas aprovam proposta do governo, mas estão preocupados com reajustes automáticos, e tucano seguirá partido.
Os senadores catarinenses estão preocupados com o encaminhamento que foi aprovado na Câmara de Deputados, que permite o aumento do valor do salário mínimo por decreto nos próximos anos, sem votação pelos parlamentares.
Casildo Maldaner (PMDB), Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e Paulo Bauer (PSDB) se manifestaram contra a proposta. Por isso, os dois peemedebistas ainda não definiram como vão votar o projeto do mínimo, que entra na pauta do Senado hoje.
O valor proposto pelo governo, de R$ 545, não gera tanta polêmica entre os catarinenses. LHS e Casildo devem votar pela aprovação com a base da presidente Dilma Rousseff (PT).
Bauer vai seguir a orientação tucana, que defende o mínimo de R$ 600, mas afirma que poderia votar pelos R$ 545 se houvesse uma mudança de postura por parte do governo com relação ao reajuste por decreto.
– O governo pede uma procuração em branco para o Congresso, mas não se compromete quando se fala em redução dos custos da máquina pública e redução do endividamento público. Acho que, a cada ano, o Congresso pode e deve avaliar a situação econômica do país para votar o mínimo – diz o tucano.
Apesar das dissidências na base aliada, o governo deverá aprovar os R$ 545 com ampla maioria. A possibilidade de reajuste por decreto, sem passar pelo Congresso, pode provocar resistências mas, mesmo assim, o governo deve obter mais de 55 votos.
A base de Dilma no Senado, além de maior, deverá se mostrar mais fiel do que a de Lula. Senadores que ameaçaram votar contra o governo foram enquadrados. O caso mais emblemático é o de Paulo Paim (PT). Desde o início das discussões, ele pedia aprovação de um mínimo de R$ 560.
Pressionado pelo PT, ele procurou as centrais sindicais para expor sua situação. Após a reunião, Paim defendeu a política do salário mínimo, desistiu de apresentar qualquer emenda ao texto e foi “liberado” pelo movimento para votar como entendesse. Agora, ele diz que votará com a sua “consciência”.
Segundo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a presidente deve assinar o novo mínimo ainda neste mês, para que o valor, que representa R$ 5 a mais do que o atual, vigore a partir de março.
545 reais
é o valor proposto pelo Planalto e aprovado na semana passada pela Câmara
10 bilhões
é o aumento previsto na folha de pagamento da Previdência, considerando a proposta do governo
41 votos
são necessários para garantir a aprovação do projeto no Senado
Casildo Maldaner (PMDB)
Ainda não tem posição definida. Segundo sua assessoria, o peemedebista não teria problema em votar o valor de R$ 545. O que está gerando polêmica é a proposta do governo de que os próximos reajustes anuais do salário mínimo não passassem por aprovação do Congresso.
Luiz Henrique da Silveira (PMDB)
Ainda não tem posição definida. De acordo com a assessoria, ele está estudando alguns pontos que geram controvérsia, como a proposta do governo de que os próximos reajustes anuais não passem pelo Congresso. Sobre o valor de R$ 545, é provável que vote com o Executivo.
Paulo Bauer (PSDB)
Vai votar pelo mínimo de R$ 600, seguindo o partido. Se não for aprovado, vota a emenda que fixa o mínimo em R$ 560. Considera a possibilidade de votar pelos R$ 545, caso haja mudança na proposta de que os próximos reajustes não passem pelo Legislativo
* Diário Catarinense