“O ano ainda não acabou”, diz diretor do BC sobre ajuste em juros
“O ano ainda não acabou”, disse nesta quinta-feira o diretor de política econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, quando foi questionado sobre possíveis novas elevações na taxa básica de juros nos próximos meses. Carlos Hamilton disse acreditar que a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplos (IPCA), indicador oficial da inflação, será menor neste ano do que a verificada em 2012, ano em que a inflação fechou em 5,84%. No entanto, pela projeção do cenário de referência do Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, a inflação terminará este ano em 6%, ou seja, ficaria acima do apurado no ano passado.
Quando questionado pelos jornalistas se não havia uma contradição entre sua opinião e o que mostra a projeção divulgada pela própria autoridade monetária, Araújo lembrou que essa projeção leva em conta a manutenção da Selic em 8% ao ano.
Araújo disse que “é possível trabalhar na direção” para que a inflação em 2013 seja menor do que a do ano passado. “A inflação vai começar a recuar no segundo trimestre”, disse. O presidente do BC, Alexandre Tombini, também já tinha dito, em pronunciamentos oficiais, que a alta acumulada do IPCA neste ano seria menor do que a do ano passado. Além disso, segundo Tombini, a inflação de 2014 será menor do que a de 2013. Hamilton disse que não anteciparia as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que reúne todos os diretores do BC e é responsável por definir a taxa básica de juros, mas afirmou que “o ano ainda não acabou”. Ele lembrou que o colegiado iniciou o ciclo de aperto monetário em abril deste ano, quando aumentou a Selic em 0,25 ponto, para 7,5% ao ano. Depois, houve novo aumento, em maio, de 0,5 ponto percentual, levando os juros básicos a 8% ao ano.
Influência do Fed
Ao abordar o mercado financeiro, o diretor disse compartilhar a visão de que houve “exagero” no “alargamento de taxas de juros” no mercado futuro, em decorrência do anúncio de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) estaria perto de retirar os estímulos monetários à economia. Araújo afirmou que o próprio mercado voltou atrás na alta dos prêmios e reajustou as taxas.
O diretor do BC reiterou que a instituição “não tem nenhum compromisso com um patamar para o câmbio”. Ele disse que a instituição sempre fará intervenções quando julgar que é necessário pelas condições do mercado.
Valor Econômico
Como assim 6%, se meus fornecedores já repassaram aumento duas vezes este anos aos produtos, sendo a primeira entre 8 e 10% e na 2ª vez em 15%. O governo está camuflando uma inflação em torno de 20% no ano, ao divulgar um índice de inflação que não condiz com a realidade, com o intuito de não prejudicar a copa de 2014, espantando os turistas de virem ao Brasil. Pouca vergonha essa copa.