Nelson Barbosa deve deixar Ministério da Fazenda até o meio do ano
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que está no cargo desde 2006, pediu demissão e pode deixar o posto até meados do ano. A notícia, publicada neste sábado, 11, no jornal Folha de S.Paulo, foi confirmada por fontes do governo. A Fazenda e Nelson Barbosa não comentam.
O Valor apurou, com fonte próxima à questão, que a demissão foi acertada com o ministro da pasta, Guido Mantega, no fim de fevereiro. Desde então, Barbosa vem trabalhando numa saída organizada e já discute seu substituto, que, provavelmente, deve ser um dos secretários-executivos que já trabalham no governo.
O secretário aguarda uma definição de data para deixar o ministério, até o meio do ano.
Dilma
A presidente Dilma Rousseff foi informada do pedido de demissão de Barbosa e não gostou da sua decisão. Por isso, ainda há, no governo, quem trabalhe para reverter a deliberação do secretário-executivo da Fazenda. Ele é considerado um dos principais formuladores do programa Minha Casa Minha Vida e do PAC.
No entanto, sua relação com o ministro Mantega já vinha sofrendo alguns desgastes. As divergências entre o secretário e o ministro são antigas, de conteúdo e de forma.
Há rumores de que o substituto de Barbosa possa ser o secretário do Tesouro, Arno Augustin, que também goza de excelente reputação com a presidente Dilma.
Missão cumprida
Uma das mais recentes tarefas de Barbosa foi a elaboração da proposta de reforma do ICMS, que tem alíquotas muito díspares entre os estados brasileiros. Era uma das prioridades do governo a unificação e a redução das tarifas para evitar a guerra fiscal e reduzir o chamado Custo Brasil.
A votação está travada no Congresso por falta de acordo. São Paulo é um dos principais opositores do texto por temer perda de receitas.
Nelson Barbosa é considerado um defensor da elevação dos investimentos públicos para conter os efeitos da crise econômica, o chamado efeito anticíclico.
Além de secretário executivo da Fazenda, Barbosa é também professor adjunto do Instituto de Economia da UFRJ desde 2002.
No Ministério desde 2006 passou pelas secretarias de política econômica, acompanhamento econômico, política macroeconômica e análise de conjuntura. Também já atuou como assessor da presidência do BNDES e no Banco Central.
Valor Econômico