MPF denuncia ex-funcionários de bancos em caso de cartel sobre spread cambial
O Ministério Público Federal (MPF) informou ontem, 24, que denunciou cinco ex-funcionários de grandes bancos estrangeiros que operavam no mercado de câmbio internacional, por formação de cartel, em desdobramentos de investigações em outras instâncias iniciadas em 2015.
As denúncias ocorreram em consequência do escândalo de manipulação de índices de referência usados no cálculo de taxas de câmbio e que envolveram suspeitas sobre 15 instituições financeiras em mercados como Estados Unidos, Reino Unido e Suíça.
Segundo o MPF, os ex-funcionários denunciados são dos bancos Standard Chartered, Royal Bank of Canada (RBC), Merrill Lynch, Deutsche Bank e Morgan Stanley.
“Além de operarem com margem de spread igual, os ex-funcionários dessas cinco instituições estrangeiras criaram obstáculos para a atuação de corretores e operadores de câmbio que não participaram do ajuste criado por eles”, afirmou o MPF em comunicado à imprensa. Segundo os procuradores, o esquema “inflacionou artificialmente o mercado durante três semanas no mês de novembro de 2009, aumentando o lucro desses bancos em operações milionárias de câmbio”.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já tinha acertado no final do ano passado cinco acordos com os bancos Barclays, Citi, Deutsche Bank, HSBC e JP Morgan Chase, num total de R$ 183,5 milhões.
O MPF informou que a denúncia foi protocolada na última quarta-feira, 19, e distribuída para a 7ª Vara Federal Criminal no dia seguinte.