MPEs dominam varejo de alimentos com 85%
Representantes de 64% da força de trabalho do País, as micros e pequenas empresas (MPEs) estão dominando o varejo alimentar no Brasil. Levantamento da Serasa Experian, que será apresentado hoje, revela que 85% dos estabelecimentos atuantes no segmento são micros – 47% do total, com faturamento anual entre R$ 60 mil e R$ 360 mil – e pequenos negócios – 38%, com ganhos entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões ao ano. Os Empreendedores Individuais representam 12,7% deste mercado e faturam até R$ 60 mil, anualmente.
O estudo mostra ainda a distribuição regional dos estabelecimentos. No Nordeste, as MPEs já representam 18% do setor de alimentação, em todas as áreas, as mais diversas, desde fornecedores de marmitas, fast food, pequenas panificadoras até fábricas de picolés e sorvetes. Na região, para cada 100 pontos de varejo alimentar, 17 são empreendedores individuais.
Concentração
A grande concentração, no entanto, está localizada no Sul e Sudeste brasileiro. A metade (50,2%) do total de MPEs de alimentação está alocada no Sudeste; 20% no Sul, enquanto as regiões Centro Oeste e Norte reúnem, respectivamente, 7,1% e 4,5% do setor. Outro dado revelado pelo estudo da Serasa, diz respeito à representatividade de empreendedores individuais, que abraçaram o segmento de alimentação como fonte de geração de renda e emprego.
Na região Norte esta relação é ainda maior, chegando a 21 empreendedores individuais, por cada 100 estabelecimentos alimentares. No Centro-Oeste, eles são 16, no Sudeste 11 e no Sul, oito empresários individuais a cada 100 micro negócios atuantes no varejo alimentar.
Engordando lucros
Mesmo em meio à crise, o setor segue “engordando” em todo o País. No primeiro semestre deste ano, o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio registrou alta de 6,1% na atividade do varejo alimentar, desempenho considerado bom pelos especialistas e que denota a capacidade de crescimento deste mercado. Segundo o diretor do segmento atacado da Serasa Experian, Nilson Gomes, “os números ressaltam o papel fundamental do atacadista na cadeia produtiva nacional”, diz.
“O grande varejo compra diretamente da indústria, enquanto o pequeno estabelecimento conta com a alta capilaridade de atuação do atacadista distribuidor”, acrescenta Gomes, ao destacar a relevância das micros e pequenas empresas na distribuição dos produtos para as famílias brasileiras.
Diário do Nordeste