Ministro critica proposta de sindicatos para mudar cálculo do salário mínimo
Paulo Bernardo alertou que aumento poderá ser renegociado com próximo governo
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, classificou nesta terça-feira (31) de “casuística” a proposta das centrais sindicais de alterar o cálculo de reajuste do salário mínimo, acertado com o governo em 2005.
– Eu acho que as centrais estão se precipitando quando vêm aqui dizendo que querem mudar o critério. O acordo valia até 2022. Fica parecendo casuístico. Quando está bom, mantém. Quando está ruim, querem mudar?
Segundo o ministro, a própria proposta orçamentária entregue ao Congresso Nacional nesta terça prevê que o reajuste poderá ser renegociado pelo próximo governo.
– O PIB de 2010 deve fechar em mais de 7%. Isso vai gerar uma correção significativa no mínimo. Agora, está na proposta que entregamos a previsão de uma revisão. Que se faça uma revisão, então, mas o correto é manter o acordo.
Pela proposta orçamentária, o mínimo previsto para 2011 será de R$ 538,15, um reajuste de apenas 5,52%. A correção recupera apenas as perdas causadas pela inflação de 2010, de acordo com previsão para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
O cálculo, acertado no acordo com as centrais há cinco anos, leva em conta a média de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, ou a soma de todas as riquezas produzidas no país) dos dois anos anteriores à vigência do mínimo. Como o crescimento de 2009 foi praticamente nulo, o reajuste acabou não tendo um crescimento real do poder de compra.
* R7