Micro e pequenas empresas têm mais da metade dos empregos formais do país
Pesquisa mostra que das 9 milhões de vagas abertas entre 2000 e 2008, elas geraram 54%
As micro e pequenas empresas responderam por mais da metade dos empregos formais criados no país entre 2000 e 2008. Foram mais de 9 milhões de vagas abertas no período, sendo que 4,86 milhões (54%) ficaram concentradas nas pequenas, segundo estudo do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
A pesquisa Anuário do Trabalho, divulgada nesta terça-feira (31), foi feita em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Além de empregar metade da mão de obra do país, as micro e pequenas empresas estão cada vez mais fora das capitais.
Quase sete em cada dez (69,7%) das microempresas do país estão no interior, enquanto esse número é de 61,3% no caso das pequenas. Incluindo as médias e grandes empresas, 69,1% dos estabelecimentos fogem das grandes cidades.
As regiões Sul e Sudeste concentram a maior parte dessas companhias (68% e 81,3%, respectivamente) no interior. O Dieese diz que esse dado reflete na maior concentração de cidades de médio e grande porte nestas regiões.
Na região Norte, por exemplo, onde os mercados se concentram nas capitais, existe um equilíbrio maior entre a localização dos estabelecimentos.
No que se refere ao emprego, o interior concentra 63,2% do emprego, quando considerado o conjunto dos estabelecimentos. Isoladas apenas as micro e pequenas empresas, a participação das cidades interioranas no mercado de trabalho sobe para 64,9%.
Aumento das empresas
O trabalho mostra que o crescimento dos postos foi acompanhado pelo aumento no número de estabelecimentos. Para as microempresas, a ampliação foi de 3,8% ao ano, na comparação entre 2000 e 2008, enquanto nas pequenas empresas, o crescimento anual foi de 6,2%. No geral (considerando médias e grandes), o número de empresas aumentou a taxas de 4% ao ano.
Desde 2003, as micro e pequenas empresas passaram dos 5 milhões de estabelecimentos formais.
Do ponto de vista setorial, as micro e pequenas empresas do setor de comércio e de serviços representaram 87,5% do universo de estabelecimentos formais brasileiros. Nos serviços, essa participação foi de 29,8% para 32,2%. A participação da indústria e da construção ficou relativamente estável no período.
Quando se considera a quantidade de empregos formais, verifica-se que no setor comércio, as micro e pequenas empresas responderam por 73,7% do emprego setorial em 2008. Na construção, estas empresas participam com aproximadamente 48,7% do emprego, seguindo-se dos serviços, com 42,9%, e a indústria com 42,5%.
Segundo o Dieese, a pesquisa leva em conta as estatísticas da Rais publicadas no anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2009. Os cálculos têm como referência a base de dados produzida a partir dos critérios do Sebrae para definição de porte e exclusão de classes de atividades, especialmente do setor de serviços.
O Sebrae define que microempresas são aquelas que têm faturamento de até R$ 240 mil por ano. As pequenas ganham de R$ 240 mil a R$ 2,4 milhões por ano.
* R7