Lista de compras mais cara
Artigos de higiene e limpeza e alimentos industrializados são os vilões da hora.
A escalada do preço das matérias-primas no mercado internacional já provocou alta da inflação no Brasil e deve pressionar ainda mais os preços nos próximos meses.
Na virada de janeiro para fevereiro, os produtores de alimentos industrializados e artigos de higiene pessoal e limpeza doméstica apresentaram novas tabelas de preços aos supermercados.
A recomendação do presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Adriano Manoel dos Santos, aos varejistas, é de que negociem à exaustão com os fornecedores. Ao consumidor, Adriano sugere a pesquisa de preço entre as várias marcas.
Zefiro Giassi, dono da rede Giassi, observa que, na virada de ano, os produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica já subiram entre 5% e 6%. E continuarão subindo nos próximos meses numa média de até 10%, acredita.
Geralmente, os supermercados conseguem descontos sobre os preços de tabela. Mas, neste ano, a disputa ficou mais acirrada, pois o consumo está aquecido. Os supermercados trabalham com estoque suficiente apenas para a reposição semanal, e ninguém quer ficar sem produto.
“Se você não compra, alguém compra”, diz Sussumo Honda, presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras).
Giassi acrescenta que não foi possível negociar descontos nos produtos porque todos os fornecedores repassaram o aumento. O presidente da Acats recomenda que, se é inevitável o repasse do aumento ao consumidor, que ele seja escalonado e não aplicado de uma vez só.
“O objetivo é buscar um ponto de equilíbrio para que o consumidor não seja prejudicado por não encontrar o produto que deseja ou então tê-lo na gôndola com preço reajustado”, afirma Adriano.
Para a evolução dos preços nos produtos alimentícios industrializados, Giassi não consegue fazer uma previsão. “São preços que oscilam muito. O valor do feijão carioca, por exemplo, caiu, enquanto o do feijão preto subiu”, comenta.
* do A Notícia