IOF no cartão vai integrar pacote cambial
Aumento do tributo sobre transações no exterior faz parte de conjunto de medidas a serem anunciadas ainda no 1º semestre. Dilma ainda não decidiu sobre cartão porque não gostaria que alta de imposto fosse uma de suas primeiras medidas.
Apesar da negativa de Guido Mantega (Fazenda), a proposta de aumentar o IOF nas compras com cartão de crédito internacional faz parte de um conjunto de medidas encomendadas pelo Planalto na área cambial.
Segundo assessores, Dilma Rousseff ainda não tomou uma decisão sobre o tema porque não gostaria de baixar, como uma das primeiras medidas na economia, uma alta de imposto.
A ideia do governo, no entanto, é baixar ainda no primeiro semestre medidas para reduzir a valorização do real e melhorar a competitividade das empresas brasileiras ante os importados.
Segundo a Folha publicou ontem, o governo estuda elevar para mais de 4% a alíquota do IOF sobre cartão de crédito no exterior. Hoje, são cobrados 2,38%.
Ontem, como ainda não havia posição da presidente sobre o assunto, o Planalto decidiu devolver à Fazenda o decreto que alterava a alíquota do IOF. Oficialmente, a informação é que a medida é do “âmbito” da Fazenda.
Ao ser questionado sobre o assunto ontem pela manhã, Mantega havia dito que ninguém “pensou” na proposta na Fazenda, responsável pela elaboração do conjunto de medidas na área cambial sob encomenda de Dilma.
Folha errou alíquota atual do IOF em cartão
O IOF sobre compras com cartão de crédito no exterior é de 2,38%, e não de 0,38%, como publicado ontem. Até o ano passado, o valor do IOF era dividido em duas alíquotas, uma de 2% e outra de 0,38%. Esse 0,38% corresponde à alíquota adicional criada com o fim da CPMF e serviu de referência para a área econômica justificar a elevação do imposto nos debates internos. Em dezembro, as alíquotas foram unificadas.
* da Folha de S. Paulo