Ibovespa cai pela 13ª vez, na maior sequência de quedas de sua história
Não há registro de uma sequência tão longa de recuos desde a criação do Ibovespa em 1968. A maior sequência até então havia sido de 12 pregões consecutivos com a oscilação negativa em 1970, de 26 de maio a 11 de junho daquele ano.
Investidores continuaram a repercutir a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na véspera, além de monitorarem o noticiário econômico doméstico.
Ao final do pregão, o índice recuou 0,53%, aos 114.982 pontos, renovando o menor patamar desde junho.
No dia anterior, o Ibovespa fechou em queda de 0,50%, aos 115.592 pontos. Com o resultado de hoje, passou a acumular:
O que está mexendo com os mercados?
Com a falta de indicadores econômicos mais relevantes na agenda brasileira nesta quinta-feira (17), investidores continuaram a repercutir a ata do Fed, divulgada na véspera.
Segundo o documento “a maioria dos participantes continuou a ver riscos significativos de alta para a inflação, o que pode exigir mais aperto da política monetária”, sinalizando que os preços ainda estão em níveis elevados e que, para interromper o ciclo de altas, o comitê precisa enxergar sinais mais claros de desaceleração na inflação.
A ata também mostrou que as autoridades do Fed ficaram divididas em relação ao aumento estabelecido na última reunião, ocorrida em julho, que levou as taxas a um patamar entre 5,25% e 5,50%.
“Os participantes permaneceram resolutos em seu compromisso de reduzir a inflação para a meta de […] 2%”, diz a ata.
O documento ainda destacou que alguns membros da instituição começam a se preocupar com os impactos das altas dos juros na atividade econômica dos Estados Unidos e temem que isso cause danos aos empregos no país.
Na agenda de indicadores norte-americana, dados mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego na última semana atingiram 239 mil, quase em linha com os 240 mil projetados por economistas ouvidos pela Reuters.
Ainda no exterior, investidores também continuavam a monitorar o noticiário chinês, após o Banco do Povo da China informar, em relatório sobre a implementação da política monetária no segundo trimestre, que vai apoiar “firmemente a recuperação e o desenvolvimento da economia real”.
A indicação do BC chinês surgiu após o país apresentar, nos últimos dias, uma série de dados econômicos considerados fracos, pressionando as moedas de países exportadores de commodities, como o real.