Horário flexível faz parte de projeto apoiado pelo Banco Mundial
Proposta elaborada pela instituição é adotada por empresas da capital paulista
O Banco Mundial tem atualmente R$ 1 bilhão em empréstimos para expansão das linhas de trem e metrô da capital. Mas a instituição resolveu ir além de seu papel de financiador e percebeu que poderia fazer algo para contribuir com a mobilidade na cidade. Assim, criou o Projeto Piloto de Mobilidade Corporativa, o qual prevê, entre outras coisas, que as empresas adotem o home office.
A instituição encomendou um estudo de uma consultoria o qual chegou a conclusão que a região da Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini, conhecida pela grande concentração de empresas, é uma das mais complicadas em relação ao trânsito. Para se ter uma ideia, no horário de pico mais de 50% dos automóveis que circulam na região têm apenas uma pessoa em seu interior. Considerando-se toda a cidade são 31% de carros circulando nestas condições. Com base em dados como este, o Banco Mundial convidou as empresas instaladas no condomínio comercial WTC, localizado na região, para participar de seu projeto de mobilidade. O conjunto de edifícios conta com 8 mil trabalhadores. A ideia é que estas companhias adotem ações que facilitem o deslocamento de seus funcionários. Além do home office, outra sugestão é adotar horários flexíveis de trabalho. “A empresa pode permitir que o funcionário trabalhe em um horário alternativo e consiga escapar do trânsito”, afirma Andrea Leal, coordenadora do projeto. Outra proposta seria a chamada semana de trabalho comprimida, na qual o funcionário trabalha duas horas a mais todos os dias da semana para folgar em um deles. O projeto também sugere que as empresas facilitem a interação entre os seus funcionários para que eles façam amizades com quem possa oferecer carona. “Outra solução é que as empresas se organizem para contratar ônibus fretado para o deslocamento dos funcionários”, afirma Andrea.
Todas estas sugestões são tocadas pelas empresas com o apoio do Banco Mundial, que contratou uma consultoria para ajudar na empreitada. O projeto foi iniciado no segundo semestre do ano passado e no próximo mês de junho deste a instituição pretende apresentar os resultados ao governo do estado. “A ideia é que esta iniciativa, de incentivar a mobilidade na cidade, venha do setor público”, afirma Andrea. Apesar das boas intenções do projeto, poucas empresas aderiram a ele. Das 80 companhias instaladas no WTC, apenas 20 aceitaram participar. O Banco Mundial é uma organização formada por 187 países membros. Sua missão é diminuir a pobreza no mundo, através do financiamento de projetos e de assistência técnica para países pobres e em desenvolvimento, sendo que sustentabilidade é um de seus pilares.
Em São Paulo, por exemplo, o Banco Mundial financia a expansão das linhas 4 e 5 do metrô, além de melhorias no sistema da CPTM. Mas como estes projetos são de longo prazo e demoram para surtir efeito na cidade, a instituição resolveu fazer algo mais pela mobilidade na cidade.
Brasil Econômico