Hora de negociar os salários
Principais categorias de Joinville discutem aumento com os patrões.
Metalúrgicos, mecânicos, plásticos e comerciários de Joinville estão de olhos e ouvidos atentos às negociações salariais que envolvem sindicatos de trabalhadores e de empresas.
As conversas que definem o futuro dos salários de mais de 88 mil pessoas na cidade estão começando. A expectativa é de que aconteça o mesmo que houve em 2010: aumento real para a maior parte das categorias. Ou seja, o reajuste deve ser superior aos 6,36% registrados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é usado como referência para a correção dos rendimentos no setor privado.
O supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em Santa Catarina, José Álvaro de Lima Cardoso, alerta que a maior dificuldade será obter expressivos aumentos acima da inflação, mesmo com as empresas passando por um bom momento. “Os índices são maiores do que os do ano passado e isso pode prejudicar os ganhos reais.”
A categoria que quer o maior aumento real é a dos mecânicos, que reúne 22,6 mil trabalhadores. O sindicato que representa a categoria está pedindo um aumento real de 12% além da inflação dos ultimos meses e um piso de R$ 950,00. As negociações ainda não começaram. O Sindicato das Indústrias Mecânicas define amanhã a comissão que vai representar as empresas nas conversas.
As conversas entre empresas e trabalhadores do setor plástico já começaram. Na quinta-feira, houve a primeira reunião, na qual foi apresentada a proposta pelo sindicato dos trabalhadores. A proposta da entidade é de que o piso da categoria seja de R$ 800 e um reajuste real de 5%. “Também vamos pedir que a inflação seja incorporada ainda na folha salarial de março (que é paga em abril)”. O Sindicato da Indústria de Material Plástico de Santa Catarina (Simpesc) ficou de apresentar uma contraproposta até a quinta-feira.
Os metalúrgicos, com 21,2 mil trabalhadores, começam as negociações na terça. As empresas vão receber a proposta do Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville para, em cima dela, apresentar uma contraproposta.
Segundo o presidente da entidade, Genivaldo Ferreira, o principal pedido é o repasse da inflação mais um ganho de 10% acima da inflação.
O Sindicato dos Empregados no Comércio de Joinville (SECJ) está definindo a pauta de reivindicações, que deve ser apresentada às empresas na quarta-feira.
A expectativa é de que as negociações sejam menos acirradas do que no ano passado, quando elas se estenderam até dezembro, ameaçando o horário especial de final de ano. “Vai ser tranquilo porque os problemas já foram resolvidos”, diz o presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), Osnildo de Souza.
* A Notícia