Governo autoriza renegociação de dívidas
Medida beneficia agricultores dos 85 municípios catarinenses em situação de emergência.
O Conselho Monetário Nacional autorizou nesta quinta-feira, da 26, a renegociação das dívidas agrícolas dos produtores atingidos pela estiagem da Região Sul. A medida permite que agricultores com financiamentos que venceriam no início do ano possam prorrogar o pagamento para 31 de julho.
A autorização já havia sido anunciada em Chapecó, no dia 16 de janeiro, com a presença dos ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, do Desenvolvimento Agrário, Afonso Bandeira Florence, e do ministro interino de Relações Institucionais, Claudinei Nascimento. No mesmo ato, os ministros e o governador Raimundo Colombo anunciaram um pacote de R$ 28,6 milhões para o combate à estiagem.
As regras valem para produtores de milho, soja e feijão dos três estados do Sul em municípios com situação de emergência. Mas não vale para produtores cobertos pelo seguro agrícola. Para o coordenador estadual da Federação da Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), Alexandre Bergamin, a medida tem pouco efeito nos contratos de custeio de lavoura, pois a maioria já vencia em junho ou julho. Mas ajuda nos contratos de financiamento para investimento nas propriedades.
— Os produtores poderão pegar o dinheiro do pagamento e investir na safrinha — avalia.
Ontem, em audiência em Brasília, o governador Raimundo Colombo entregou ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, o levantamento completo dos estragos causados pela seca em SC. O documento é etapa obrigatória para a liberação dos recursos emergenciais para o Estado. Segundo o relatório elaborado pela Epagri, 85 municípios foram afetados pela estiagem, totalizando 498.444 mil habitantes.
Pelo menos 36% dos estabelecimentos agropecuários do Estado tiveram perdas. Até agora, a estimativa é de que os prejuízos alcancem R$ 510,6 milhões no Estado. As culturas de milho, soja e feijão e a produção leiteira somam as maiores perdas.
Segundo o Secretário Nacional de Defesa Civil, coronel Humberto Viana, ainda não é possível prever prazos e valores que serão destinados ao socorro das regiões atingidas.
— Estamos recebendo a primeira fase do relatório. Agora as nossas equipes vão a campo confrontar as informações para encaminharmos os valores e a adequação do projeto do Estado — explica Viana.
* A Notícia