Folha de pagamento da União consome 73% do Orçamento
Estudo elaborado pelo economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, revela que os gastos da União com folha de pagamento passaram de 39% do Orçamento executado em 1987 para 73,6% no ano passado. Ou seja, em 25 anos, despesas como de investimentos foram absorvidos pelo custeio da máquina pública.
De acordo com o levantamento, os investimentos realizados em 1987, da ordem de 16% do Orçamento da União para aquele ano, recuaram para 5,8% em 2012. Ao mesmo tempo, os recursos direcionados para área da saúde, que conforme determina a Constituição Federal devem ser de 8% do orçamento, foram exatamente este percentual nesses dois anos.
“Se abrir ainda mais o Orçamento executado no ano passado, 39% foram de INSS, 12,9% foram para o pessoal [funcionário público] na ativa, mas 10,2% é para aqueles que estão inativos. Já os gastos da União para a população realmente pobre, ou seja, a despesa com o Bolsa Família, representaram 2,6% do Orçamento total realizado”, disse Velloso, ao participar de evento promovido pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo (Sinproquim), na semana passada.
Segundo ele, se o governo não realizar algumas reformas, como a previdenciária, os gastos do governo, que em 2012 representaram 14,1% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2040 serão equivalentes a 29,2% do PIB. “Com reformas, esse percentual será de 15,6%”, apontou. “Para diminuir essa folha de pagamento, é preciso fazer reformas indigestas, como da Previdência Social, da assistência social, enfim, reduzir contratações e estabelecer teto para reajustes dos salários do serviço público”, acrescentou Velloso. Com relação à Previdência Social, uma das sugestões é que a indexação do salário mínimo seja pelo aumento da produtividade do País e não mais pelo PIB.