Fisco Digital muda negócio do contador
Sem qualquer simplificação no regime do ICMS entre a União e as 27 unidades federativas, a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) vai alterar o relacionamento das 70 mil empresas de Serviços contábeis e de seus 400 mil contadores que atendem a grande maioria das 950 mil empresas abrangidas pelo sistema. Ao contrário do que muita gente pensa, o SPED não é projeto de TI do Governo Federal. É, de fato, um processo rigoroso de transferência de documentos para apresentação ao Fisco da forma papel para um formato digital.
Esta mudança vai gerar uma maior exposição do contribuinte perante a Receita Federal. Assim, quintuplicarão os cuidados dos contadores para evitar problemas na validação e cruzamento de dados fiscais. Por enquanto, o setor cuida da primeira etapa desta dramática mudança na qual as firmas de contabilidade acompanham da forma mais minuciosa possível os processos de preparação para emissão da Nota Fiscal Eletrônica em seus clientes. Mas esta fase de aconselhador está no fim.
O processo gradual de implantação do SPED transformará o negócio dos escritórios contábeis. O modelo de atendimento das obrigações fiscais e guarda de livros mediante o pagamento de honorários mensais poderá se tornar inviável se não tiverem como oferecer um valor agregado. As empresas de contabilidade precisarão ter capacidade para encontrar uma solução padrão de gestão eletrônica e conexão ao Fisco Digital. E direcionar conhecimentos para planejamento tributário pode ser uma das saídas.
Para apoiar as empresas contábeis nesta mudança de rumo, a NFe do Brasil estruturou uma série de produtos e Serviços adequáveis aos diferentes perfis de clientes dos contadores. Primeiro, a solução Nfe Fácil, que permite, pelo menor preço, pequenos e médios emissores de nota fiscal eletrônica adequar-se a legislação e obter suporte para diversas necessidades acessórias do novo formato de emissão de notas fiscais. O sistema é do tipo “internet banking” no qual a empresa acessa o sistema de qualquer lugar, emite e gerencia, com os documentos sendo pré-checados na consistência de dados, certificados e, depois de transmitidos para a Sefaz, armazenados nos servidores da NFe do Brasil pelo prazo legal. O modelo de negócio é o transacional, no qual se fecha um pacote mensal para emissão de uma quantidade pré-fixada de notas fiscais.
O mesmo conceito será aplicado ao SPED Contábil e Fiscal, permitindo que uma firma de contabilidade de qualquer porte proceda à geração dos livros fiscais e contábeis dos clientes e demais exigências para serem transmitidos à Sefaz em formato digital.
Autor: Marco Zanini
Diretor Comercial e Operacional Com mais de 20 anos de experiência no mercado, Marco Zanini é formado em Tecnologia da Informação – Processamento de Dados – pela Universidade Ibero-americana. O executivo responde pela diretoria comercial e operacional da Nfe do Brasil, em São Paulo. Zanini iniciou sua carreira na DERSA- Desenvolvimento Rodoviário S.A, passando por empresas como Seil&TGR;, SCUA Security Suíte e True Access Consulting.
Fonte: Classe Contábil