Fiscalização veta fraude em 46 pedidos de seguro-desemprego no Vale e Litoral

Sistema cruza informações para identificar possíveis golpes contra o ministério – Foto: Tiago Ghizoni / Diário Catarinense
O sistema antifraude do Ministério do Trabalho registrou e bloqueou 46 pedidos de seguro-desemprego no Vale do Itajaí e no Litoral de dezembro de 2016 até o fim de abril, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (9). No total, o montante de R$ 311 mil deixou de ser pago irregularmente a supostos trabalhadores da região. Segundo o ministro Helton Moyura, os recursos iriam para pessoas físicas, mas na prática seriam destinados ao crime organizado.
A cidade que mais registrou irregularidades foi Itajaí, com 17 pedidos negados que, no total, somariam R$ 117 mil. Em todo Estado, os benefícios que foram vetados evitaram uma perda de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos. Das maiores cidades de Santa Catarina, Blumenau foi a que menos teve casos registrados: três, totalizando R$ 21,7 mil. Itapema (5), Indaial (4), Navegantes (4), Camboriú (3), Balneário Camboriú (3), Gaspar (2) e Pomerode (1) completam a lista e somam R$ 188,5 mil (confira na tabela abaixo).
Os bloqueios foram possíveis graças ao Sistema de Detecção e Prevenção à Fraude, que agrega dados como informações gerais do contribuinte e análise forense. O software tem condição de identificar esses potenciais golpes e os compara com situações similares, o que gera alerta aos responsáveis baseado nos chamados padrões comuns.
Na avaliação do superintendente do Ministério do Trabalho em SC, Cley Capistrano Maia de Lima, embora os valores no Vale e no Estado chamem a atenção, estão bem abaixo da cifra nacional.
– Se compararmos nacionalmente, é pouco. Você vê, em Santa Catarina foi vetado R$ 1,2 milhão. Temos um corpo técnico muito qualificado que faz essas análises posteriormente, e isso impacta nos números – explica o superintendente.
No Estado, 171 pedidos foram bloqueados
O índice no Vale do Itajaí corresponde a 26% de Santa Catarina, que, por sua vez, acumula 171 pedidos de seguro-desemprego que foram vetados nos últimos 17 meses por se tratarem de fraudes. Somente Florianópolis, com 28 benefícios negados, e Joinville, com 20, evitaram que saíssem dos cofres públicos R$ 329,8 mil por conta de atos irregulares – mais do que todo o Vale do Itajaí.
No Brasil, desde a implantação do sistema de detecção de irregularidades no seguro-desemprego, a economia beira R$ 1 bilhão. Esse valor é dividido em R$ 313,6 milhões, que corresponde aos casos em que as pessoas tiveram benefícios aprovados, porém, a fraude foi identificada antes mesmo do primeiro pagamento.
Outros R$ 651,9 milhões representaram golpes evitados desde o início do projeto. Além disso, desde a criação do software, o Ministério do Trabalho apoiou a Polícia Federal na deflagração de cinco operações que resultaram em 31 prisões.
Valores envolvidos em fraudes no seguro-desemprego evitadas no Vale e Litoral
Fonte: Jornal de Santa Catarina