Facebook deveria ser sobretaxado por reduzir produtividade, diz especialista
Se o uso intenso do Facebook (e de outras redes sociais) afeta a produtividade dos trabalhadores, faria sentido sobretaxar a empresa de Mark Zuckerberg pelos efeitos malécos causados por seu produto?
Na opinião de Adam Alter, professor de marketing da New York University, Ph.D em psicologia e autor do livro Irresistible que trata justamente de como o vício em tecnologia afeta os negócios e a vida das pessoas), sim.
Em depoimento ao Business Insider ele começa citando o exemplo da montadora alemã Daimler. Nela, os emails enviados para funcionários de férias são automaticamente apagados – os remetentes recebem um aviso de que a pessoa está de férias, e que a mensagem não foi entregue. Resultado: além de não se preocuparem em ler ou receber emails durante as folgas, os empregados voltam ao trabalho sem aquela pilha de mensagens a serem respondidas. “Eles chegam recarregados, energizados, e prontos para trabalharem com a máxima produtividade”, diz Alter.
No caso do Facebook, o professor fez a seguinte estimativa: se uma nova ação, campanha ou serviço da plataforma reter 10 minutos diários da atenção dos usuários, se o custo disso em termos de produtividade e qualidade de vida for de 15 dólares por pessoa, e se a base de usuários do FB for de 2 bilhões de pessoas (na verdade, é de quase 1,5 bilhão), teríamos um valor de 30 bilhões de dólares!
Parece algo muito radical, mas é o que ocorre, por exemplo, com as sobretaxas pagas por empresas que poluem o meio-ambiente e, no sentido oposto, com os incentivos fiscais destinados às iniciativas cuja missão é tornar nossa vida mais saudável.
Se no início do século 20 parecia absurdo condenar uma indústria por poluir a natureza, hoje isso soa totalmente natural. Para o americano, a responsabilidade pelo efeito de seus produtos deve ser assumida pelas empresas de tecnologia, não pelos usuários.
Fonte: Infomoney