Evite clichês do tipo ‘novo conceito’ ao divulgar sua marca online
Com as redes sociais, o acesso aos canais de comunicação ficou mais fácil para pequenos empresários.
Muitos deles, porém, não planejam como transmitir sua mensagem e acabam propensos a cometer erros, diz Ligya Aliberti, diretora da consultoria Multivias, especializada em pequenas e médias empresas.
A seguir, ela explica cinco dessas armadilhas e o que fazer para evitá-las.
DIZER QUE SEU NEGÓCIO TEM UM “NOVO CONCEITO”
Na dúvida sobre como anunciar seus produtos e serviços, muitas empresas recorrem a chavões. Um dos mais comuns é dizer que seu negócio tem um “novo conceito”.
O problema é que nem sempre ele tem uma concepção tão inovadora assim. Se tiver, o melhor, então, é explicar qual é a novidade.
“A companhia não diz que conceito novo é esse, e o público fica sem entendêlo”, afirma a consultora.
Antes de fazer a divulgação, é importante entender qual é o diferencial do que se está oferecendo e como isso muda de fato a vida dos consumidores. A partir daí, deve-se pensar na melhor maneira de transmitir essa mensagem de forma clara e direta.
ACREDITAR QUE ANTECIPAR PROBLEMAS É SER PESSIMISTA
Segundo Aliberti, muitos empresários não têm o costume de planejar a comunicação nem de avaliar todos os fatores que podem dar errado nessa área. Com isso, correm o risco de ter seu conteúdo mal interpretado.
O que diminui as chances de transmitir uma mensagem de forma equivocada ou sem o impacto desejado é envolver mais gente no processo.
“Comunicação é algo muito complexo para se pensar sozinho”, diz. Afinal, a interpretação de uma fala pode mudar radicalmente de acordo com o contexto de quem ouve.
Se o empreendedor não conta com uma equipe dedicada à área, pode mostrar o conteúdo que pretende divulgar a funcionários e até a clientes mais próximos. Mas é fundamental não induzir suas respostas.
PENSAR QUE QUALQUER DIVULGAÇÃO VALE A PENA
Fazer permutas com outras empresas é um jeito de conquistar novos clientes sem precisar de um investimento pesado. O empreendedor oferece o seu serviço em troca de visibilidade na rede social ou no evento de um parceiro.
Muitas vezes, os pequenos empresários têm a impressão de que a permuta sai de graça e que, assim, esse tipo de divulgação sempre vale a pena. Mas isso não é verdade, afirma Aliberti.
Oferecer um serviço tem um custo, e é preciso calcular se esse investimento terá retorno. Não adianta nada divulgar a marca para um público que não é o alvo.
Além de não ajudar, a ação pode atrapalhar o negócio. Se o parceiro tiver propostas e valores muito diferentes, isso pode confundir o consumidor e até mesmo manchar a imagem da empresa.
PARAR DE CHECAR SE PODE MESMO USAR O NOME ESCOLHIDO
O empreendedor escolhe um nome para a sua empresa. Quando começa a expandir seu negócio, descobre que a marca já está sendo usada por outra companhia. “É bem comum e dá muita dor de cabeça”, diz a consultora.
Isso porque o empresário constrói um nome e, quando os consumidores passam a decorá-lo, é necessário fazer a mudança. “Aí, ele tem que fazer uma campanha gigante para acostumar o pessoal com o novo nome e, mesmo assim, vai levar um bom tempo para alcançar o nível que tinha antes”, afirma.
Por isso, é importante consultar não só os registros na Junta Comercial, mas também no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
Microempresas e pessoas físicas têm desconto para o registro de suas marcas. No site do INPI (inpi.gov.br), é possível encontrar mais informações.
ACHAR QUE OS POSTS VÃO VIRALIZAR DE PRIMEIRA
Quando criam suas páginas nas redes sociais, os empresários querem “viralizar” —o que não é muito simples.
O desejo, claro, é atingir o maior número de pessoas. Mas isso não pode ser feito a qualquer custo. Até porque é mais fácil viralizar a partir de uma repercussão negativa.
Nas redes sociais, o mais importante é oferecer um conteúdo consistente, diz Aliberti. “É transmitir uma mensagem alinhada à marca e ao público. E ter paciência.”
A consultora desaconselha firmemente a compra de seguidores. Mais importante que o número de usuários é o quanto as pessoas interagem de verdade com o conteúdo.