Endividamento dos funcionários afeta saúde das empresas
A busca por rentabilidade das empresas está diretamente relacionada à produtividade de seus colaboradores. E os resultados mostram que, para manter a saúde financeira do negócio, uma das melhores alternativas é investir na educação financeira dos profissionais, que assim conseguem manter em ordem outros pontos de sua vida, focando mais no trabalho. Mas quais os reflexos que o endividamento dos colaboradores ocasiona em suas vidas pessoal e profissional?
Atraídas pela facilidade de crédito e pelo forte apelo ao consumo, muitos colaboradores não conseguem eleger as prioridades adequadas à sua realidade financeira e, como consequência, acabam endividados e sem saber como superar essa situação.
Segundo o educador financeiro e franqueado da DSOP Educação Financeira na região do ABCD Paulista Edward Claudio Júnior, colaboradores endividados não conseguem realizar todo o seu potencial de trabalho, pois o endividamento afeta a saúde física, mental e espiritual. “Isso desestrutura o ambiente familiar, o que fará com que a pessoa não consiga deixar estes problemas longe de suas atividades profissionais. Nestes casos, o colaborador está sempre solicitando aumento salarial, empréstimos, adiantamento de férias e décimo terceiro, vales e o ‘acordo’ para saldar as dívidas com as verbas rescisórias”.
No entanto, também de acordo com o educador, nenhuma dessas situações combatem a causa desse problema. “Essas saídas são apenas paliativos, mas que, em médio prazo, acabam aumentando cada vez mais o nível de endividamento do colaborador e diminuindo a produtividade e a motivação. Para a empresa, os custos só aumentam, por conta da baixa produtividade, rescisão de colaboradores e treinamentos dos novos”.
Claudio Júnior alerta ainda que os impactos do descontrole financeiro atingem não somente a pessoa endividada, mas todos ao seu redor: família, amigos, empresa, etc. Um ciclo vicioso começa a se formar, afetando os relacionamentos familiares, gerando desentendimentos entre casais e comprometendo o rendimento no trabalho, que tende a cair à medida que as dívidas aumentam e chegam ao estado de inadimplência, ou seja, a falta de pagamento.
Sem contar os problemas de ordem física e emocional, como crises de estresse, depressão, ansiedade e baixa autoestima. A palavra-chave para reverter esse cenário, sem dúvida, é a educação financeira. Por isso, para combater esses problemas, cada vez mais as empresas procuram incentivar uma atitude proativa entre colaboradores e seus familiares, em termos de bem-estar. Investir na reeducação financeira de sua equipe é mais uma ferramenta que a empresa pode utilizar em prol da qualidade de vida dos trabalhadores.
“Depois de realizar, desde 2010, o Programa DSOP de Educação Financeira em empresas como a Termomecânica, BASF, HOLCIM, dentre outras, acompanhei a importância da educação financeira nas empresas. Os colaboradores ficam muito agradecidos a estas empresas que investem em treinamentos que ajudam a melhorar a sua qualidade de vida e da família”, detalha o educador financeiro.
Os resultados são percebidos no próprio ambiente de trabalho, com a redução de faltas e atrasos, o aumento da produtividade, a melhora no clima organizacional e o fortalecimento do vínculo entre o colaborador e a organização.
A base do processo de reeducação financeira está na mudança de antigos hábitos e comportamentos em relação ao uso do dinheiro. Independente da área de atuação ou do grau de instrução, os trabalhadores não foram ensinados a como lidar com suas próprias finanças durante sua formação acadêmica e profissional.
Não importa a função ou o cargo que um colaborador ocupa em uma empresa, sem exceção, de um faxineiro a um diretor, todos precisam se educar financeiramente. É preciso respeitar o dinheiro que recebe pelos serviços prestados, tendo em mente que o que importa não é o quanto se ganha, mas como se administra este valor.
Assim, para entender melhor como iniciar um programa de educação financeira, a DSOP preparou algumas dicas:
1. Programa de educação financeira para empresas não se resume a palestras de finanças pessoais ou cursos de investimentos;
2. Educação Financeira deve ser tratada como responsabilidade mais ampla na empresa, devendo, assim, beneficiar funcionários, familiares, comunidade e empresa;
3. Adote critérios e oriente o funcionário antes de disponibilizar crédito consignado. É importante que o empréstimo seja consciente, que realmente vá ajudá-lo a solucionar o problema que o atormenta. Muitas vezes, é um alívio imediato, mas que, em poucos meses, se torna um problema ainda maior, principalmente porque seus ganhos líquidos mensais serão reduzidos em aproximadamente 30%;
4. Crie campanhas de conscientização e de mudança de hábitos e costumes em relação à utilização do dinheiro;
5. A educação financeira independe do salário do colaborador, os problemas podem ocorrer até mesmo entre as pessoas com os maiores salários da empresa;
6. O problema da falta de educação financeira já está intrínseco em nossa sociedade, assim sendo, não é culpa do trabalhador;
7. A empresa que investe em um programa de educação financeira também ganha, visto que seus colaboradores trabalham com mais prazer, mais tranquilidade e buscando crescimento, pois retomam a consciência de ter objetivos;
8. Oriente funcionários a combaterem a causa do problema financeiro e não apenas os efeitos.
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