03/07/2009
Empresas preferem troca de auditor a cada sete anos
Brooke Masters, Financial Times, em Nova York
A maioria dos presidentes de comitês de auditoria de companhias do Reino Unido gostaria que seus parceiros de auditoria pudessem ficar por sete anos nos conselhos, em vez de serem forçados a fazer um rodízio após cinco anos na função, como é o costume atualmente.
O Institute of Chartered Accountants na Inglaterra e País de Gales pesquisou 121 presidentes de comitês de auditoria de empresas que fazem parte do índice de ações FTSE 350 e constatou que quase 55% deles preferem um período de rotatividade de sete anos. Outros 24% preferem o período de cinco anos, mas com a opção de extensão para sete anos, segundo o levantamento. Apenas 21% dos pesquisados optaram pela condição atual.
A regra vigente do rodízio obrigatório de sócios das empresas de auditoria foi adotada depois do colapso da Enron, em 2001e 2002 e a onda de escândalos contábeis que se seguiu. Na época, a percepção foi de que parceiros de auditoria com relações de longa data com seus clientes poderiam não perceber quando a contabilidade de uma companhia estivesse saindo dos trilhos, ou poderiam ter dificuldades para desafiar decisões administrativas. “É uma troca da independência pelo conhecimento”, diz Robert Hodgkinson, diretor-executivo do Institute.
Entretanto, a regra do rodízio após cinco anos continua popular entre os investidores e outros que temem pelo aprisionamento dos auditores. “Continuamos acreditando que cinco anos, e não sete, é o período máximo que parceiros envolvidos em auditoria deveriam ficar no posto no que diz respeito a um cliente da empresa, mas aceitamos o que vem sendo proposto de uma maior flexibilidade em casos excepcionais, onde o comitê de auditoria acredita ser isso apropriado e os acionistas concordarem”, afirma Michael McKersie, diretor-assistente de assuntos ligados a investimentos da Association of British Insurers.
O sistema de cinco anos tem suas desvantagens, segundo administrações e conselhos, porque o primeiro ano e o ano final do período são repletos de problemas de transição. “Se dois de cada cinco anos são passados em transição, isso é muito pior do que dois em cada sete anos”, diz Hodgkinson.
“Para os comitês de auditoria e diretores financeiros, este é um problema muito pertinente. A relação com seu parceiro de auditoria é muito importante”, afirma ele.
No Brasil, havia rodízio de firmas de auditoria e não de sócios. Essa regra foi abolida pelo Banco Central. Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu suspendê-lo até que analise melhor a questão.
Fonte: CFC
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