Empresas perdem 2.600 horas por ano com burocracia
Quase metade dos empresários (42%) apontam a alta carga tributária como principal entrave para o crescimento, de acordo com uma enquete realizada pelo Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Sescon-SP). Para 26% deles, a burocracia é a grande vilã. Mas um problema está ligado ao outro. Com uma das maiores cargas tributárias do mundo, o Brasil ocupa hoje a última posição no ranking de retorno dos impostos arrecadados, feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
Para o cálculo do chamado Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (Irbes), o órgão considerou a carga tributária de 36,27% do Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Econômico (IDH). Nos Estados Unidos, que tem o maior retorno para a população, a carga tributária é de 24,3%.
Apesar da carga gigante, antes de uma reforma tributária, a prioridade máxima, segundo o empresariado brasileiro, é investir na desburocratização. Ainda segundo o IBPT, desde que a Constituição foi promulgada, em 1988, até agosto do ano passado, foram editadas 4,7 milhões de normas. Atualmente, uma empresa tem que seguir em média 3.512 normas, com mais de 39 mil artigos. Se todas fossem impressas em folhas de papel A4 e enfileiradas uma a uma, daria 5.600 km. O suficiente para cruzar o país do Oiapoque (Amapá) ao Chuí (Rio Grande do Sul).
O Tempo