Empresas de tubos e conexões são investigadas por supostas práticas de cartel
A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou dois processos administrativos para investigar supostas práticas de cartel no mercado nacional de tubos e conexões. Os despachos foram publicados no Diário Oficial da União (DOU).
O primeiro processo apura a ocorrência de cartel no mercado nacional de tubos e conexões do tipo PVC e investiga 13 empresas, entre as quais, três com unidades em Joinville, no Norte do Estado — Amanco, Krona e Tigre — e uma em Siderópolis, no Sul do Estado — Tubozan.
As outras investigadas são: Asperbras (SP), Bianchini (RS), Cardinali (AM), Corr Plastik (SP), Hidroplast (PE), Mizu (PR), Nicoll (PR), Plásticos Vipal (RS) e Plastilit. Vinte e nove pessoas ligadas às companhias citadas também são investigadas pelo Cade.
O segundo processo administrativo apura suposto cartel no mercado nacional de tubos e conexões do tipo PEAD (polietileno de alta densidade) e abrange as empresas Tigre, Brastubo (SP), FGS Brasil (SP), Polierg (SP) e Poly Easy do Brasil (SP), além de 17 pessoas ligadas às empresas.
Em nota, o Cade afirma que, nos dois casos, o parecer da superintendência aponta evidências de acordos de fixação de preços e de divisão de clientes, viabilizadas por meio de reuniões e contatos telefônicos entre funcionários de nível gerencial das empresas com autorização de membros da diretoria. Teria havido ainda a troca de e-mails para discutir licitações específicas, com envio de planilhas para fixação de preços e divisão de clientes e/ou de lotes.
Os acusados ainda serão notificados e terão 30 dias para apresentar suas defesas. Ao final da instrução processual, a superintendência-geral opinará pela condenação ou arquivamento e remeterá os casos para julgamento pelo Tribunal Administrativo do Cade, responsável pela decisão final.
CONTRAPONTOS
Tigre
O Grupo Tigre, seguindo as diretrizes de seu código de ética e conduta e sua estrutura de compliance, tem o compromisso de contribuir com as autoridades competentes em eventuais investigações que envolvam sua marca ou seu setor. O Grupo deixa claro desde já a sua intenção em colaborar inteiramente com as autoridades competentes.
Amanco
Em relação à abertura de processo administrativo pelo Cade para investigar supostas práticas de temas relativos a direito concorrencial no mercado nacional de tubos e conexões, a Mexichem Brasil, detentora da marca Amanco, esclarece que tomou conhecimento do tema pela imprensa, pois ainda não foi notificada oficialmente. A empresa está à disposição do Cade para prestar os esclarecimentos necessários e colaborar com investigações.
Krona
A Krona Tubos e Conexões não participa de qualquer tipo de acordo que possa ferir a livre concorrência. A empresa trabalha dentro dos princípios da mais rigorosa ética e transparência. Por isso, estranha ser citada em caso de suposto cartel no mercado de tubos e conexões, noticiado pela imprensa. A Krona está à inteira disposição das autoridades para os devidos esclarecimentos.
ANotícia