Em cadeia de rádio e TV, Temer diz que fica
O presidente Michel Temer anunciou enfaticamente nesta quinta-feira, 19, que não renunciará à Presidência da República, após denúncia de que teria dado aval para compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
“Não renunciarei. Repito, não renunciarei. Sei do que fiz e sei da correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro”, disse o presidente em tom exaltado.
Em rápido pronunciamento no Palácio do Planalto, Temer afirmou que nunca autorizou o pagamento pelo silêncio de alguém e negou que tenha permitido o uso de seu nome indevidamente.
“Não comprei o silêncio de ninguém, por uma razão singelíssima, exata e precisamente porque não temo nenhuma delação”, afirmou o presidente.
A declaração de Temer veio após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter autorizado abertura de inquérito contra o presidente em consequência da denúncia de que teria dado aval ao empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS, para manter pagamentos a Cunha em troca de silêncio sobre denúncias contra o governo.
“Quero registrar enfaticamente, a investigação pedida pelo Supremo Tribunal Federal será território onde surgirão todas as explicações. E no Supremo, demonstrarei não ter nenhum envolvimento com esses fatos”, disse Temer no pronunciamento, em que também afirmou que sempre honrou seu nome.
Em nota após a divulgação da denúncia na quarta-feira, Temer negou o pedido de pagamento para conseguir o silêncio de Cunha ou que tenha autorizado qualquer movimento nesse sentido.
Recuperação do país
Em seu pronunciamento nesta tarde, o presidente lamentou que seu governo “viveu nesta semana seu melhor e seu pior momento” e disse que o trabalho feito para recuperar o país não pode ser jogado fora.
“Os indicadores de queda da inflação, os números de retorno do crescimento da economia e os dados de geração de empregos criaram esperança de dias melhores”, disse. “O otimismo retornava e as reformas avançavam no Congresso Nacional”, acrescentou.
“Ontem, contudo, a revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe de volta o fantasma de crise política de proporção ainda não dimensionada”, disse. “Portanto, todo o imenso esforço de retirar o país de sua maior recessão pode se tornar inútil e nós não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em prol do país.”
Temer defendeu que a situação de “dubiedade e de dúvida não pode persistir por muito tempo” e cobrou rapidez nas investigações.
“Tanto esforço e dificuldades superadas. Meu único compromisso, meus senhores e minhas senhoras, é com o Brasil, e é só esse compromisso que me guiará”, concluiu.
Quem já está na lama não tem medo de se sujar. As reformas que o Brasil tanto precisa têm que avançar, independentemente do atual cenário. E TEMER é o único caminho que temos no momento.
Naquilo que pese isso, temos que debater se é correto manter em liberdade alguém (irmãos metralha) que dilapidou o país sair impune e ainda IMPLANTAR uma “bomba química” em uma nação já combalida pela roubalheira generalizada nos meios público e político.