27/08/2009
“É balela” dizer que Receita não fiscaliza grandes, diz Mantega
Ministro nega ingerência política e afirma que versão de demissionários é “para encobrir a ineficiência”.
BRASÍLIA – Em rápida entrevista na manhã desta quarta-feira, 26, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou a existência de ingerência política na Receita Federal, classificando como “balela” a acusação de que a demissão da ex-secretária do Fisco Lina Vieira significaria uma ruptura com a política de fiscalização dos grandes contribuintes.
“É uma balela dizer que nós não estamos fiscalizando os grandes contribuintes. Há mais de dez anos existe um programa de fiscalização de grandes contribuintes que foi reforçado ao meu comando pela gestão anterior”, afirmou. Foi a primeira vez que o ministro se pronunciou sobre os problemas na Receita desde a saída da Lina Vieira.
Ainda segundo Mantega, a situação na Receita já está resolvida, uma vez que os principais superintendentes já foram substituídos, e os novos são “profissionais muito competentes”. O ministro disse ainda que pediu para reforçar a equipe de fiscalização do setor financeiro, que estava mais desfalcada. “Então dizer que é por isso que houve substituição é uma balela. É uma desculpa para encobrir a ineficiência”, rebateu.
Ao ser questionado sobre se temia vazamento de informações sigilosas de contribuintes pelo grupo que deixou a Receita, como retaliação, Mantega disse que se houver algum vazamento de informação sigilosa serão todos responsabilizados. “Nós sabemos que violar o sigilo fiscal é um crime, que nem o ministro da Fazenda ou funcionários podem cometer. Se houver (o crime), será fortemente responsabilizado (o responsável) e terão consequências severas.”
Mantega disse que os superintendentes das principais regiões fiscais estão trabalhando e que se está criando uma ideia inadequada, falsa, de que há confusão no órgão. Ele afirmou que as pessoas que se demitiram já seriam substituídas. “Porque é normal quando entra uma nova equipe”, justificou. “Então, na verdade, a Receita está funcionando na normalidade”.
Fonte: Diario do Comércio
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