Dólar cai pelo 7º dia seguido e vale R$ 1,723
Moeda americana registra maior série de baixas desde junho de 2009
O dólar fechou em queda pela sétima vez seguida nesta quinta-feira (9), diante das contínuas perspectivas de entrada da moeda no país. A moeda norte-americana recuou 0,11%, a R$ 1,723, oscilando entre alta de 0,12% e queda de 0,17%. A moeda teve a maior série de baixas desde o início de junho de 2009.
Segundo Moacir Marcos Junior, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil, é “natural esse comportamento do dólar hoje [a pouca oscilação]. Daqui para frente essa vai ser a tônica do mercado com a expectativa pela atuação do BC.
– Você não tem motivo para [o dólar] subir. Tem para cair, mas aí o BC diz 'não quero abaixo desse nível' e então o mercado fica reticente.
Nesta quinta-feira, o Banco Central realizou dois leilões de compra de dólares. Ontem, a autoridade monetária utilizou a mesma estratégia para evitar uma queda ainda maior da moeda americana.
Ainda assim, profissionais do mercado avaliam que a tendência para o dólar, ao menos no curto prazo, é de queda. Ele citam principalmente as volumosas estimativas de entradas relativas à gigantesca oferta de ações da Petrobras, que deve acontecer no final do mês.
Carlos Alberto Postigo, gerente de negócios da Casa Paulista Assessoria Bancária, pondera, no entanto, que apesar das perspectivas, os investidores não têm certeza se esse recursos ficarão no mercado interno.
– A questão é que ninguém tem certeza se os dólares da Petrobras serão integralmente internalizados. Nada impediria que parte desses recursos ficasse lá fora. Por conta disso, o pessoal está mais cuidadoso e diminuiu a venda de dólares, justamente para não se expor excessivamente.
O mercado também repercutiu as notícias de emissão de R$ 861,75 milhõs (US$ 500 milhões) em títulos de 10 anos pela empresa de papel e celulose Suzano e de cerca de R$ 6,894 bilhões (US$ 4 bilhões) de emissões de Telemar, BNDES, Vale e Odebrecht.
Postigo avaliou que, mesmo com a perspectiva de mais entradas no curto prazo, a expectativa por uma atuação mais firme do Banco Central deve manter a oscilação da moeda numa faixa mais estreita.
* do R7, com Reuters