Desemprego no Brasil salta a 12,6% no tri até janeiro, com 13 milhões sem trabalho
A taxa de desemprego do Brasil saltou a 12,6% no trimestre encerrado em janeiro devido ao aumento da procura diante do cenário de recessão, com o país iniciando o ano com quase 13 milhões de pessoas sem uma colocação.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostrou que a taxa avançou pela terceira vez seguida depois de ter ficado em 12% no quarto trimestre, chegando mais uma vez ao maior nível da série histórica iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número mostra os efeitos da retração econômica vivida pelo país que afeta a renda do trabalhador, principalmente quanto se compara com a taxa de 9,5% de desemprego no mesmo período de 2016, sinal de que o mercado de trabalho ainda deve demorar para se recuperar
Em pesquisa da ‘Reuters’, a expectativa era de que a taxa ficaria em 12,4%, na mediana das projeções.
“As pessoas estão indo procurar trabalho por uma questão clara de necessidade. É um questão de sobrevivência. Por isso a procura não para de crescer”, explicou o coordenador da pesquisa no IBGE Cimar Azeredo.
Busca por posição
Em janeiro, eram 12,921 milhões de trabalhadores desempregados no Brasil, salto de 34,3% sobre o mesmo período do ano passado, ou 3,3 milhões de pessoas a mais sem uma colocação. Nos três meses até dezembro, eram 12,342 milhões de desempregados.
O levantamento mostrou ainda aumento de 1,5% no número de pessoas na força de trabalho, ou seja, aquelas que estão disponíveis para trabalhar, o que representa 1,554 milhão de trabalhadores a mais buscando uma posição.
Já a população ocupada no trimestre até janeiro teve queda de 1,9% sobre o mesmo período de 2016, ou 1,748 milhão de pessoas a menos, atingindo 89,854 milhões.
O setor que mais dispensou funcionários no trimestre até janeiro sobre o ano anterior foi o da indústria, com 897 mil pessoas.
“A situação do mercado é retrato do cenário econômico. Sem crescimento engorda-se a fila do desemprego e há redução da formalidade, que é um passaporte para o crédito e para o consumo”, completou Azeredo. “Para sobreviverem, as empresas precisam cortar custos e aumentar a informalidade.”
O IBGE informou ainda que a renda média do trabalhador teve ligeiro avanço no período, subindo 0,4% sobre o ano anterior, para R$ 2.056,00.
As perspectivas de melhor crescimento econômico do Brasil vêm ganhando corpo neste início de 2017, ainda que o mercado de trabalho seja um dos últimos a responder.